Minha amiga estava arrasada quando me repassou o caso. ;Por que bater em criança é educar, quando bater em qualquer outro ser é cruel e inadmissível? Bater em idosos é violência, em animais, em mulheres, em homens, em deficientes. Crime. Já em crianças, educação. Não faz sentido;, disse-me ela. ;Da violência não nasce educação, apenas medo, raiva, decepção, trauma. Quem bate nos filhos, seja por qual motivo for, trai o amor e a confiança das crianças, machuca seu corpo e sua alma.;
É isso mesmo, minha amiga. Muitos pais ou responsáveis tratam crianças e adolescentes como propriedades, acham que podem fazer o que quiserem com eles em nome da ;disciplina; e da ;educação;. É essa cultura nefasta e arraigada na sociedade que fez com que todas aquelas testemunhas no clube considerassem normais as agressões contra a criança e se revoltassem com quem foi defendê-la. É contra esse mal que temos de lutar. Castigos físicos e tratamento cruel e degradante são proibidos pela Lei Menino Bernardo. Agressões que provocam fraturas, arranhões, traumatismo, hematomas, entre outras lesões, são punidas pelo Código Penal.
Todos nós temos de nos engajar no enfrentamento da violência contra crianças e adolescentes, conscientizando as pessoas e denunciando os episódios. Tem de ser uma batalha permanente para varrer do país essa crueldade. Meninos e meninas não têm condições de se defender sozinhos, essa missão tem de ser de todos nós.