Peço desculpas aos que pensam ao contrário, mas Brasília não é mais uma cidade nova. Enfrenta graves problemas de manutenção de prédios e espaços públicos. Em um curto espaço de tempo nos últimos dois anos, tivemos o desabamento de um viaduto e a interdição de parte da Rodoviária do Plano Piloto. Tudo isso na área central, onde milhares de pessoas circulam todos os dias. Ao lado, o Teatro Nacional Cláudio Santoro está fechado há mais de cinco anos. Uma estimativa feita ainda na gestão de Rodrigo Rollemberg previa que seriam necessários R$ 220 milhões para uma restauração completa.
[SAIBAMAIS]Vamos voltar ao caso da Rodoviária do Plano Piloto. Encravado no coração do Plano Piloto, o terminal completou ontem 59 anos e está numa reforma interminável há pelo menos meia década. As escadas rolantes não funcionam, os elevadores são fechados por tapumes e os banheiros só em caso de última necessidade. Camelôs estão por todos os lados, dividindo o espaço com os passageiros que aguardam o ônibus. Lembra uma feira popular. Em suma, falta o mínimo de conforto ao usuário.
A mobilidade urbana é outro grave problema da capital. O sistema de ônibus melhorou, mas está longe do ideal. O gargalo mesmo ocorre nas vias. Há muito carro em circulação. Rodovias, como a Epia, a EPTG, a Estrutural e a EPGU, são um martírio para o motorista nos horários de rush. O trajeto Esplanada-Taguatinga, por exemplo, às 18h, leva de uma hora e meia a duas em pistas com pelo menos quatro faixas. Haja paciência. Será o rodízio de veículos uma realidade a curto prazo?
Em maio, o GDF lançou, em solenidade no Memorial JK, um plano estratégico para o Distrito Federal até 2060, quando será celebrado o centenário de Brasília. O projeto reúne um conjunto de metas e ações a serem realizadas como programa de Estado, não de governo, restrito a uma gestão. É preciso mais, no entanto. Que tal montar um painel com obras e projetos que serão executadas ano a ano para que a população possa ver e cobrar? Os 60 anos de Brasília logo ficarão no passado. É preciso preparar o futuro.