Os Correios foram lançados no precipício por políticos
Aqueles que se dispuserem a seguir as muitas pistas que conduzem ao instante inicial em que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) começou a despencar num abismo, terão que recuar a junho de 2005, quando eclodiu, no Legislativo, o escândalo que levava o nome da instituição e que deflagaria também a formação da Comissão Parlamentar de Inquérito, intitulada CPI dos Correios.
Foi justamente nessa encruzilhada sinistra, que quase levou ao impeachment do então presidente Lula, que teve início a derrocada daquela que foi uma das maiores e mais eficientes empresas públicas do país, detentora de selo de qualidade, admirada por todos os brasileiros pela ampla cobertura de serviços no imenso território nacional.
Para dar conta de tamanha tarefa diária, os Correios chegaram a contar com mais de 118 mil funcionários, que todos os dias iam aos mais longínquos e recônditos pontos do país entregando mensagens e encomendas em tempo e hora sempre com presteza e garantia.
Foi naquela CPI, acompanhada com suspense por toda a população, que teve início, não apenas a derrocada da grande empresa, mas revelou a todos, os métodos usados pelo Partido do Trabalhadores para extorquir e depenar também outras estatais em prol de projeto de perpetuação no poder, por meio do enriquecimento da legenda e dos seus dirigentes.
Pela magnitude da rapinagem efetuada na ECT e pelas revelações no modus operandi do partido no poder naquele instante, pôde a CPI instalada, chegar a um esquema, infinitamente maior e mais criminoso que foi a descoberta de que aquele partido estava, literalmente, comprando, de forma regular e contínua parlamentares, transformando parte significativa dos congressistas em meras mercadorias precificáveis. Foi nesse redemoinho, onde a ética política foi varrida pelo vento, que surgiria o esquema chamado Mensalão, do qual a ECT iniciaria sua descida ao inferno.
Tivessem os parlamentares, naqueles momentos, hombridade e coragem cívica, teriam interrompido a continuação delitiva daqueles grupos, inclusive com o afastamento definitivo do chefe do Executivo, o que , sem dúvida alguma teria poupado os Correios e outras empresas nacionais da falência por má gestão e, principalmente, por corrupção.
Com a reeleição, aquele presidente acreditou ter recebido uma carta branca da população. Não só prosseguiu na dilapidação da empresa, como mirou também em outras até mais rentáveis, como a Petrobras. O esquema criminoso foi aperfeiçoado e mantido até as eleições de Dilma Rousseff.
Com a chegada da primeira mulher à Presidência da República, envolta numa falsa áurea de grande gestora, aprofundou-se ainda mais toda a maquinaria de assalto às estatais, com a ECT sendo, literalmente, levada à lona . Com a presidente, o volume de dinheiro advindo dos lucros da empresa foi praticamente na totalidade repassado ao Tesouro. À sangria se seguiu a destruição do Fundo de Pensão dos Correios, o Postalis. Sob seu comando, mais de R$ 6 bilhões desse Fundo, viraram fumaça, devido à corrupção e à má gestão.
Parte dessa fortuna que era propriedade dos trabalhadores da empresa, amealhada por anos a fio, foi usada para bancar campanhas políticas. Outra parte foi aplicada propositadamente em papéis podres. Outra parte foi simplesmente roubada por gestores indicados pelo partido. O saldo de mais de uma década dessa verdadeira razia sobre os Correios é uma empresa falida, com milhares de empregos perdidos, greves constantes, como a deflagrada nessa terça-feira (10) e um futuro incerto entre a privatização e , quem sabe, um possível, mais duvidoso projeto de soerguimento da empresa.
Na era em que se assiste ao boom no E-commerce, com a estrutura material e humana que ainda dispõe e com o monopólio do setor de entregas, existe uma pálida perspectiva de salvar essa que foi uma das maiores e melhores empresas nesse segmento. Resta saber até que ponto o governo está disposto a investir nesse empreitada.
A frase que não foi pronunciada
A frase que não foi pronunciada
;Desde agosto de 2003, é voz corrente em cada canto desta Casa que o senhor Delúbio, com o conhecimento do senhor José Genoíno, tendo como pombo-correio o senhor Marcos Valério [...], repassa dinheiro a partidos que compõem a base de sustentação do governo, num negócio chamado mensalão.;
Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB
História de Brasília
O prefeito Sette Câmara está trabalhando por três, para ;desenterrar; as verbas. Estão chamando-o de touro, porque sete vezes três são vinte e um, e quem é brasileiro não esquece do jogo do bicho. (Publicado em 30/11/1961)
Reconstrução
; Quando surge a possibilidade da volta da CPMF, o impacto na população parece ser diferente. A ira dos cidadãos é pelos cofres arrebentados pelos governos anteriores. O que o brasileiro quer é reconstruir o próprio país.
César
; Recebemos de um amigo da Alemanha o recorte do Deutsche Welle com o registro da luta para impedir a instalação da Igreja Universal na praça Leopold, em Berlim. A prefeitura não compactua com a forma de arrecadação dos templos. O subprefeito do Mitte, Stephan von Dassel, do Partido Verde, tem receios com a falta de transparência na prestação de contas. A nota acrescenta informações dadas sobre o assunto nessa coluna.
História de Brasília
O prefeito Sette Câmara está trabalhando por três, para ;desenterrar; as verbas. Estão chamando-o de touro, porque sete vezes três são vinte e um, e quem é brasileiro não esquece do jogo do bicho. (Publicado em 30/11/1961)