Jornal Correio Braziliense

Opinião

Artigo: As cores de setembro

"Neste mês, não preste atenção só nas cores das flores. Dê atenção às cores de setembro, esse calendário colorido da saúde que busca colocar luz sobre temas importantes e, muitas vezes, deixados de lado"

Mês da primavera, setembro é necessariamente uma época de muitas cores. Mas não só por isso. É também o período em que, pelo menos, cinco cores tomam conta do calendário para a conscientização sobre questões relacionadas à saúde, a exemplo de ações mais conhecidas, como o Maio Amarelo ; sobre acidentes de trânsito ;, Outubro Rosa e Novembro Azul ; que chamam atenção para o câncer de mama e o de próstata, respectivamente.

Uma das campanhas que tem se popularizado no mês é o Setembro Amarelo. Voltada para a prevenção do suicídio, a ação tem estimulado a conversa ; até então tabu ; sobre o assunto, que, hoje, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no mundo e de 800 mil pessoas a cada ano no planeta. O objetivo é alertar e conscientizar a população e os profissionais para que reconheçam os sinais de risco, além da prevenção em canais como o Centro de Valorização à Vida (CVV), que oferece apoio 24 horas por dia pelo telefone 188 e pelo site (www.cvv.org.br).

A cor lilás, que também invade setembro, é o alerta para uma doença que contabiliza, a cada ano, 55 mil novos casos no Brasil, de acordo com o Instituto Alzheimer Brasil. O Alzheimer tem como principal característica a perda de memória. A campanha existe para informar e promover os cuidados à doença neurodegenerativa, ainda sem cura. Estima-se que, até 2030, 74,4 milhões de pessoas no mundo sejam diagnosticadas com Alzheimer.

O verde incentiva a doação de órgãos, que pode ser feita em vida (rim, medula óssea e partes do fígado e do pulmão), e também após a constatação da morte cerebral, que pode salvar mais de 20 pessoas com a doação de córneas, coração, fígado, pulmão, rim, pâncreas, ossos, vasos sanguíneos, pele, tendões e cartilagem, como informa a Aliança Brasileira pela Doação de Órgãos e Tecidos (Adote).

O vermelho chama atenção para as doenças cardiovasculares, principal motivo de mortes em todo o mundo, de acordo com a OMS. Já o azul dá visibilidade à comunidade surda, comemorando as conquistas obtidas ao longo dos anos, como o maior acesso da Língua Brasileira de Sinais (Libras) no âmbito da cultura e da educação, e reforçando algumas lutas das pessoas com deficiência no Brasil, país, que segundo o IBGE, conta com 9,7 milhões de pessoas com surdez ou alguma deficiência auditiva.

Neste mês, não preste atenção só nas cores das flores. Dê atenção às cores de setembro, esse calendário colorido da saúde que busca colocar luz sobre temas importantes e, muitas vezes, deixados de lado.