Jornal Correio Braziliense

Opinião

Sr. Redator

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Direito
Podemos renunciar a um direito por generosidade, jamais por comodismo ou apatia. Dou exemplo: posso rasgar um documento de crédito, de que sou titular, se o devedor encontra-se numa situação aflitiva, porque o homem não pode ser lobo de outro homem. Neste ponto, discordo de Rudolf von Ihering, jurista mundialmente conhecido que, na sua obra clássica ;A luta pelo direito;, não admite a renúncia a direitos.
; João Baptista Herkenhoff,
Juiz de direito aposentado ES) e escritor


Brutalidade

O desrespeito, o descaso e o desprezo pelo meio ambiente e pela natureza no Brasil vai das mais altas autoridades até o cidadão comum. Enquanto a Amazônia arde em chamas descontroladas, em Brasília, muitos destroem o verde. Em 23/8, às 14h08, um caminhão da Transportadora Brasiliense, invadindo a praça da Quadra 715 Norte, adjacente à W-3, em marcha à ré alucinada, passou por cima de uma árvore sete-cascas, espécie nativa, com três metros de altura, plantada pelos moradores havia seis anos. Essa área está invadida irregularmente por veículos de pessoas que teimam em querer transformá-la em estacionamento, e tem intensa circulação de pedestres. Poderia ter atropelado uma criança. Diante da crítica de moradores presentes, o motorista reagiu com brutalidade e estupidez, evadindo-se ao notar que a polícia estava sendo acionada.
; Humberto Pellizzaro,
Asa Norte


Educação

Na tarde de domingo, conversando com um velho amigo, professor da rede pública, indaguei sobre a militarização das escolas e se haveria mais segurança com a presença deles dentro da escola. A resposta foi a que supunha. ;Segurança alguma. Em vez de colocar 20 soldados, desfalcando os quadros da Polícia Militar, responsável pelo policiamento de ruas, bastariam dois policiais na porta da escola, para coibir a venda de drogas, como era na época do Batalhão Escolar;, explicou o professor. Para dar um exemplo, ele citou um fato recente de uma aluna que agrediu um PM com palavrões. O PM exigiu a transferência da aluna para outra escola. Mas a outra escola não a quis, pois se ela foi capaz de xingar um PM, o que não faria? Resumo da história, a aluna segue na mesma escola. Ele lembrou ainda do aluno que foi esfaqueado em uma escola militarizada. Na realidade, a militarização não passa de uma pirotecnia, sem qualquer efeito real na segurança de jovens e professores.Em lugar de 20 PMs, o melhor seria ocupar as vagas com psicopedagogos, arte-educadores, psicólogos, orientador educacional e outros profissionais que contribuíssem para elevar e aprimorar o ensino na rede pública. É mais um mandraque político para encher de orgulho os conservadores, os retrógrados e ganhar espaço na mídia. Nada além, pois a forma de ensinar ainda é do século 19.
; Leonora Lima,
Núcleo Bandeirante


Falta união

O brasileiro, em geral, não era muito ligado à política, mas isso tem mudado a partir de 2013. Porém, mesmo assim, a profundidade dos debates políticos travados nas redes sociais ou mesmo nas ruas deixa a desejar. É como se a desinformação encontrasse com a insatisfação, resultando em um grau de radicalismo possessivo e amedrontador, agravado pela falta de esperança de uma política pautada por princípios e comprometida com a resolução dos grandes problemas do país. E, não com a política paroquial, que tenta agradar a qualquer custo currais eleitorais ou categorias de classe. Se por um lado, o discurso radical, bem típico da esquerda, por meio do PT, PC do B, PSol, Rede, PDT e PSB, do ;nós contra eles;, vem sendo usado por movimentos políticos como argumento justificador para fazer oposição a qualquer custo. Por outro, as redes sociais confirmam os vieses cognitivos e fomentam ainda mais a radicalização. O radicalismo sempre teve uma serventia histórica no Brasil para perpetuar o status quo. É um reflexo de nossa cultura política autoritária, sendo também cultivado e instrumentalizado pelos partidos políticos. Não há nada mais conveniente do que aglutinar pessoas em grupos de ;nós contra eles;, apelando para a emoção, em vez de debater problemas e encontrar soluções. Não há frase melhor para exemplificar esse discurso do que a do general Médici: ;Brasil, ame-o ou deixe-o;. Afinal, se todos estivessem preocupados em resolver um problema único, o radicalismo seria dissolvido. As diferenças aparadas, a construção do país seria conjunta, a despeito de naturais divergências ideológicas ou interesses distintos. O Brasil está vivendo um clima de distopia que, em última análise, favorece a mesmice e a mediocridade reinantes na política brasileira.
; Renato Mendes Prestes,
Águas Claras


Privatizações

Em vez de privatizar os Correios, o presidente Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, poderiam abrir de capital social da ECT, com a oferta de ações na Bolsa de Valores, nos moldes da Petrobras. Colocariam 52% de ações em mãos privadas, e a União ficaria com os 48% restantes das ações, tornado-se a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos mais ágil. Igual modelo poderia servir para outras estatais federais, como Infraero, Conab, Dataprev, dentre outras, Serpro, Casa da Moeda, Embrapa e Codevasf.
; Simao Szklarowksy,
Asa Sul