Livro
A Associação Cultural Israel de Brasília (Acib) e a Confederação Israelita do Brasil (Conib) lamentam profundamente a publicação de foto de aluno de escola na primeira página (20/8) deste renomado jornal empunhando exemplar do livro ;Minha luta, do ditador nazista Adolf Hitler. Surpreende anda mais o livro aparecer como exemplo de uma iniciativa positiva. A obra, base do pensamento nazista e neonazista, promove ódio e preconceito contra judeus, negros, homossexuais, ciganos e outras minorias e jamais deveria ter sua leitura incentivada fora de contexto, sob o risco de estimular ações de ódio e de violência contra minorias.
; Fernando K. Lottenberg, presidente da Conib
; Tamara Socoli, presidente da Acib
; A Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF) informa que não disponibilizou a obra Minha Luta, de Adolf Hitler, nem por um processo de distribuição própria tampouco por meio dos programas do livro coordenados pelo FNDE/MEC. Ressalta, ainda, que a última distribuição de livros literários para as bibliotecas escolares e escolares-comunitárias da rede pública de ensino ocorreu no ano de 2009 e, por este motivo, a SEEDF vem desenvolvendo o Programa de Compra Qualificada de Acervo Bibliográfico junto às unidades escolares, por meio das Feiras e Bienais do Livro em Brasília, com recursos financeiros provenientes do Programa de Descentralização Administrativa e Financeira (PDAF). Para este Programa, a SEEDF realiza diretrizes específicas, orientando a conscientização da comunidade escolar para a aquisição de livros com qualidade literária que não disseminem temáticas discriminatórias. Além disso, orienta que o material a ser adquirido nos eventos citados atenda ao previsto nas Propostas Pedagógicas das unidades escolares, privilegiem a variedade de gêneros textuais e contemplem a qualidade das obras, a fim de garantir um acervo que possa efetivamente contribuir para a formação de leitores que valorizem o ato de ler como algo de relevante importância para suas vidas.
; Assessoria de Imprensa da SEEDF
; A respeito da foto publicada na edição do Correio Braziliense (20/8), chamando para a reportagem sobre a Jornada Literária do DF, em que um aluno aparece segurando o livro que é a biografia de Adolf Hitler, a produção do evento deixa claro que de maneira alguma esse é o tipo de obra que será trabalhada ao longo dos encontros entre alunos e autores. A Jornada Literária não tem qualquer responsabilidade sobre a fotografia em questão, que acredita ter sido tirada em um momento casual de uma das escolas participantes, sem qualquer interferência dos organizadores do evento, que por sinal nem estavam no local naquele instante. Toda a leitura do programa é de literatura, com autores contemporâneos, os quais conversam com os leitores.;
; Organização da Jornada Literária do Distrito Federal
Militarização
Nos 50 anos de residência em Brasília, nunca percebi uma tentativa de mudança do padrão pedagógico nas escolas do Distrito Federal (DF). Militarizar a escola não parece um bom caminho, pois quem tem autoridade nas escolas são os diretores e seus auxiliares imediatos, isso ocorre no mundo inteiro. No Brasil e no DF, não deveria ser diferente. Deve-se dotar os diretores de empoderamento e prestígio perante a comunidade onde se encontre a escola. Nesse caso, a escola pertence aos professores nela lotados e, não querendo desprezar a ajuda dos PMs, eles estarão melhor alocados nas ruas e, claro, nos respectivos quartéis. Reconhecer o excelente papel dos militares fora dos muros escolares será sempre importante, pois não dar segurança à população das regiões administrativas, onde atuam e não apenas para algumas centenas de crianças e adolescentes que devem obedecer ao diretor da escola e aos seusprofessores e auxiliares técnicos. Assim, o desejo de pôr PMs em escolas que votaram não à presença intramuros, sobretudo por alguém que presidiu a OAB, se aproxima de decisões autoritárias. A ordem e a paz intramuros escolares devem independer da presença dos bravos militares, mais aceitos e úteis em suas funções estatutárias.
; Aldo Paviani,
Lago Sul
Comportamento
As declarações, o tom agressivo do discurso, a insistência em permanecer no palanque eleitoral, a humilhação imposta a autoridades do governo ou as agressões gratuitas do presidente Jair Bolsonaro surpreendem até os que nele votaram. Acredito que ele ignora a liturgia do cargo por entender que seria um comportamento de esquerda... Coisa de comunista. Nesta coluna de cartas, tenho lido vários bolsonarianos arrependidos do voto dado ao capitão. Não é pra menos. Quem tem um mínimo de instrução sente a chamada ;vergonha alheia; com a estreiteza de vocabulário e o recorrente uso de termos que não deveriam ser pronunciados por quem ocupa o mais importante cargo da República. Porém, o pior de tudo é o viés ditatorial do capitão, resquício muito forte dos (anti)heróis que cita em seus discursos e que mereceram repúdio nacional pelas atrocidades cometidas durante a ditadura militar. Ele se sente o dono do país. Ignora as regras mais básicas da convivência em sociedade e se acha um imperador. A repercussão de suas falas no exterior deprecia a imagem do Brasil. O capitão é um homem do século 19 e, pela sua idade, jamais chegará ao 21.
; Joaquim Honório,
Asa Sul