Jornal Correio Braziliense

Opinião

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Desde 1960

Grupos criminosos se alastram na capital do país

Não é de hoje que as autoridades de segurança e inteligência reconhecem que é de dentro dos diversos presídios, espalhados pelo país, que operam os centros nervosos de controle e de recrutamento contínuo das grandes organizações criminosas. O quartel-general do crime desses diversos e perigosíssimos grupos tem endereço fixo, salas de reuniões, celulares, visita constante de advogados e familiares que agem como pombos, refeição na hora certa, cumplicidade de carcereiros amedrontados, morosidade e benevolência da Justiça, segurança 24 horas, o que permite às organizações trabalharem, com afinco, no aperfeiçoamento de suas empresas e de seus métodos.

A infraestrutura precária de muitas dessas prisões e a superlotação ajudam na montagem desses grupos. Conversas obrigatoriamente em sigilo com advogados e durante as visitas íntimas auxiliam na circulação de mensagens e ordens. A simples falta de bloqueadores de celulares e outros instrumentos de telecomunicação eeforçam a ida e vinda de ordens e contraordens.

Num ambiente como esse, onde as normas rígidas de controle são condenadas constantemente pelo pessoal dos direitos humanos e as regalias são obtidas com o dinheiro farto do crime, não surpreende que essas organizações estejam em franco desenvolvimento.

Ainda há uma equipe bem montada trabalhando dentro e fora das cadeias que colabora para a sincronização das ações criminosas. Não bastasse tanta facilidade, esses grupos contam diariamente com a chegada de novos presos, que, forçosamente, vão compor o exército de malfeitores. Com dinheiro, organização e hierarquia, esses grupos se proliferam também dentro de presídios considerados de segurança máxima.

Para assegurar que essas organizações trabalhem sem incômodos, existe ainda uma legislação que, aos olhos do cidadão de bem, parece favorecer mais o bandido do que a vítima. A imagem de presos vestidos de camiseta e bermuda brancas, com as mãos algemadas e em fila entrando em um banco público, para formalizar as burocracias de uma conta, pela qual receberão uma espécie de salário mensal, diz muito sobre esse surrealismo que é o sistema de segurança neste país.

Contando com a solidariedade dos garantistas do Judiciário e de parte dos partidos de esquerda, que os veem como vítimas da sociedade, não causa surpresa que esses grupos encontrem, em nosso país, um território propício para expandir seus negócios. Não causa surpresa também que a população da capital do país venha assistindo com temor à expansão das organizações na cidade e nos arredores, inclusive com a formação de grupos nas diversas regiões administrativas.

A prisão agora de integrantes de um tal CDC na periferia da capital confirma outra dura realidade, que é a consolidação de cidades, que nada mais são do que currais políticos, criadas da noite para o dia, sem infraestrutura alguma e onde a juventude local, ante a falta do que fazer, vem se juntar a esses grupos em busca de um futuro que não existe. Nesses casos, os culpados diretos estão longe dessas regiões, só reaparecendo, a cada quatro anos, para dar prosseguimento à tragédia anunciada.




A frase que foi pronunciada

;Era só não falar;
Conselho de Lula, sobre jornalistas, a Palocci




A verdade
; Sem entrar no mérito da questão, a natureza das notícias fascina. Virando as páginas dos jornais, o fogo intenso contra quem quer acabar com a corrupção é interrompido pela fala do braço direito do PT, Antonio Palocci. Organizado do jeito que é, os detalhes não escaparam sobre os 12 políticos e as 16 empresas delatadas.


Redação
; Atenção, escolas de Brasília. Amanhã é o último dia para as inscrições para a participação no projeto Jovem Senador, com o tema Cidadão que acompanha o orçamento público dá valor ao Brasil. Mais informações no Blog do Ari Cunha.


Ambiente
; Chega a notícia de que o governo Bolsonaro passa a usar uma classificação nova de toxicidade de pesticidas, tomando como base o padrão internacional.


Novidade
; Quem entrar no grupo dos Mais Médicos poderá receber um piso de R$12,3 mil, além de gratificação. Local de trabalho, tempo de contrato, desempenho e especialização seriam alguns dos critérios de aumento nos vencimentos.


Absurdo
; Exigência absolutamente sensata das empresas aéreas em não aceitar check- in de pessoas que viajam com crianças. É preciso ver os documentos no balcão. Mas não há explicações para um casal comprar as passagens e ter que se sentar longe da criança de três anos. Ou paga pelas bagagens e acentos ou fica à mercê da boa vontade dos passageiros e tripulantes que têm o trabalho do remanejamento.





História de Brasília

Um colega nosso querendo presentear o filho, comprou um ;Boliche Trol;, em Brasília, por 1.400 cruzeiros. Pouco depois, lendo seu próprio jornal, encontrou um anúncio de uma casa do Rio, vendendo o mesmo brinquedo por 275 cruzeiros. (Publicado em 28/11/1961)