Comemoramos o 45; aniversário das relações diplomáticas entre China e Brasil. Em nome do governo e do povo chineses, gostaria de saudar todos os brasileiros que contribuíram, com esforço incansável, para o crescimento das relações entre os dois países ao longo desses anos. Apesar da distância geográfica, China e Brasil mantêm uma amizade de longa data. Depois de 45 anos, as relações bilaterais, que vêm se enriquecendo e ganhando cada vez mais relevância estratégica e global, já são um exemplo da cooperação Sul-Sul e um ativo valioso para as duas nações.
A confiança política mútua está consolidada. O Brasil foi o primeiro país em desenvolvimento que estabeleceu a Parceria Estratégica com a China e a primeira nação da América Latina com a qual a China firmou a Parceria Estratégica Global. Nos últimos anos, intercâmbios frequentes em todos os níveis e o mecanismo de cooperação bilateral fica cada vez mais aprimorado. Em maio passado, o vice-presidente brasileiro, Hamilton Mourão, visitou a China e os dois países realizaram a quinta reunião plenária da Cosban. Em julho, o conselheiro de Estado e chanceler da China, Wang Yi, esteve no Brasil para realizar, com seu homólogo, Ernesto Araújo, o Diálogo Estratégico Global Brasil-China. O presidente Bolsonaro anunciou que irá à China em outubro, e o presidente Xi Jinping participará da Cúpula do Brics no Brasil em novembro. A troca de visitas entre os dois chefes de Estado colocará nossa Parceria Estratégica Global em um novo patamar.
É frutífera a cooperação pragmática. A China mantém, há uma década, a posição de maior parceiro comercial do Brasil e maior destino das exportações brasileiras. O Brasil é o primeiro país da América Latina cujo comércio anual com a China superou US$ 100 bilhões. Cada vez mais produtos diferenciados do Brasil, como a carne, conquistaram consumidores chineses, ao mesmo tempo em que itens de alto valor agregado, como jatos regionais do Brasil, estão presentes no mercado chinês.
A China é também uma das principais origens de investimento estrangeiro no Brasil, com o estoque total de US$ 70 bilhões. Esses investimentos estão distribuídos em vários setores como agricultura, mineração, energia, manufatura e inovação tecnológica, impulsionando o crescimento de emprego, serviços e inovação no Brasil. Já na década de 1980, os dois lados deram início à pesquisa e lançamento conjunto de satélites de recursos terrestres. Hoje, a parceria dinâmica em áreas como tecnologia espacial, informação e telecomunicação, novas energias, tecnologias agrícolas etc., está injetado novo impulso ao desenvolvimento dos dois países.
É pujante o intercâmbio cultural e humanístico. Os dois lados vêm estreitando os laços nas áreas de cultura, educação, turismo e esportes, são frequentes as trocas de vistas entre universidades, think tanks, veículos de comunicação e grupos artísticos, e os dois povos estão cada vez mais interessados em se conhecer melhor. Para atender à demanda brasileira por cursos de língua e cultura chinesas, foram criados 15 Institutos e Salas de Aula Confúcio em todo o país, o maior número na América Latina. Futebol, samba, música, cinema e outras representações da cultura brasileira têm muitos fãs na China, e aprender o português tornou-se uma opção popular entre estudantes chineses.
Este ano coincide com a comemoração dos 70 anos de fundação da República Popular da China. Ao longo das sete décadas, a China vem explorando e aperfeiçoando o seu caminho de desenvolvimento com características próprias, persistindo no desenvolvimento pacífico e na reforma e abertura. Ao alcançar a própria prosperidade, tem buscando criar condições para o benefício mútuo e o progresso comum para todos os países.
A China será sempre a defensora da paz mundial e promoverá a construção de novas relações internacionais e uma comunidade de futuro compartilhado da Humanidade. Ao mesmo tempo, a China ampliará sua abertura para beneficiar o Brasil e os demais membros da comunidade internacional. Estou convencido de que, neste novo ponto de partida, os dois países vão trabalhar juntos para fazer da nossa parceria um exemplo de cooperação não apenas no contexto Sul-Sul, como também entre China e América Latina e no âmbito das economias emergentes. Vamos escrever capítulos mais promissores da nossa Parceria Estratégica Global.