Jornal Correio Braziliense

Opinião

Sr. Redator

Cartas ao Sr. Redator devem ter no máximo 10 linhas e incluir nome e endereço completo, fotocópia de identidade e telefone para contato.

Posto policial
Reportagem de capa do Correio (12/8) mostra a situação de abandono dos postos policiais por todo o Distrito Federal. Na 715 Norte, a comunidade fez tudo o que estava ao seu alcance para evitar a tragédia anunciada no posto da quadra. Diversas reclamações nesta coluna, na Grita Geral, reportagens na mídia televisiva, abaixo-assinado com mais de 400 assinaturas, entregue pessoalmente à Secretaria de Segurança Pública, entre outras solicitações escritas. O Comando da Polícia Militar foi procurado, e foi protocolada petição no Ministério Público do DF. Tudo no sentido de voltar o funcionamento do posto, ou dar uma destinação ao imóvel em prol dos moradores, que se propuseram a assumir os cuidados com o posto. Nenhum desses locais deu importância ao fato. A maioria sequer respondeu, até que, em maio último, vândalos (que não são moradores de rua) incendiaram o posto policial. Agora, vem um representante da PM dizer que foi um erro construí-los e que não interessam à corporação, mas a população quer a sua volta. E mais uma vez, a administração pública age com descaso, omissão e desleixo, deixando os escombros no local, até o presente, não recolhendo o material incendiado.
; Humberto Pellizzaro,
Asa Norte


Violência

Gostaria de saber, agora, qual a opinião do senhor governador sobre a existência de uma quadrilha de criminosos chamada de Comboio do Cão (CDC), criado exclusivamente em Brasília, quando criticou, fortemente, o ministro da Justiça sobre a vinda de chefões do crime organizado no país (PCC, CV, Família do Norte etc.) para o presídio Federal de Brasília. Parabéns à Polícia Civil do DF que, utilizando da área da inteligência, conseguiu praticamente desmontar aquela organização criminosa.
; Joanir S. Weirich,
Asa Sul


OAB

Como assinante familiar do Correio Braziliense, há mais de 40 anos, me sinto no direito de opinar sobre as pautas editadas neste jornal. Inutilizar duas páginas para destacar o presidente da OAB, é desconsideração com os leitores. Esse presidente fez da OAB nada mais do que um ninho de fofocas e futricas. Como pode ele falar em democracia se é um esquerdista confesso? Sem noção de conceitos de legitimidade (veja sua eleição) e imparcialidade, que moral tem para julgar o ministro Moro, pessoa íntegra, que tem elevado o nome do Brasil ao mandar para a prisão os larápios que roubaram até a dignidade dos cidadãos de bem? Advogados do Brasil, reajam contra este obscurantismo que está desmoralizando a OAB.
; Ismailda Garcia,
Águas Claras


Mulheres

Na atualidade, tem ocorrido o aumento da participação das mulheres na atividade econômica. Essa inserção da mulher no mercado de trabalho tem provocado mudanças sociais dentro das instituições produtivas e nos lares. Mas ainda ocorre discriminação nos empregos que desvalorizam as mulheres, evitando sua ascensão. Com isso, o papel de provedor está sendo alterado pela independência econômica da mulher, o que, sem dúvida, repercute nas funções dentro do lar, fato que tradicionalmente o homem não está disposto a aceitar. A violência se dá em extratos sociais baixos, nos quais prevalece a pobreza e a baixa escolaridade, associado ao álcool e às drogas. A classe social é um fator importante no fenômeno da agressão física. Isso quer dizer que a classe subempregada deve receber atenção especial nas estratégias de intervenção para o problema e, em consequência, diminuir as estatísticas de violência que atingem diretamente a mulher. A violência pode estar presente em todos os âmbitos na vida da mulher e pode se manifestar de diferentes formas e em diversas circunstâncias por meio do seu ciclo evolutivo: a violência física, a violência psicológica e a violência social. Calar-se é potencializar cada vez mais uma situação de vulnerabilidade.
; Renato Mendes Prestes,
Águas Claras


Margaridas

Mulheres indígenas, negras e trabalhadoras rurais ocuparam a Esplanada dos Ministérios. Não foram dias só de protestos. Vieram de todos os cantos do país para expor suas reivindicações, propor políticas públicas para que a vida se torne menos pior do que está. Imagino o quanto isso tenha irritado o presidente Jair Messias Bolsonaro. Durante a campanha eleitoral, ele avisou que não queria mais protagonismo. E protagonismo feminino, então, deve ter aumentado ainda mais o seu mau humor e a sua ira misógina. Na verdade, quer uma sociedade silenciosa que lhe seja subserviente. Mas as mulheres do interior, há muito, deixaram de ser capacho para os maridos e companheiros. As indígenas deixaram as aldeias e vieram para o asfalto. Cansaram-se, provavelmente, de incitar seus maridos a virem para a capital federal cobrar o respeitos aos direitos constitucionais dos povos indígenas. Elas decidiram assumir o protagonismo dessa luta que, há muito, tinha só faces masculinas. As negras bem sabem com quem estão lidando: um governo racista e misógino, que ignora e não respeita as diferenças culturais e étnicas. E pior: tenta empurrar goela abaixo um projeto político desenhado pelos fundamentalistas neopentecostais. Margaridas, rosas negras ou flores silvestres. Todas elas estão unidas e, se para muitos isso não quer dizer nada, quem bem acompanha a história deste país sabe que essa aliança faz toda a diferença. Pode ser que os resultados não sejam tão rápidos, mas mudanças virão.
; Giovanna Gouveia,
Águas Claras