Habitar o centro?
Polêmicas à parte, as sugestões para habitar o centro do Plano Piloto de Brasília parecem ser o resgate de ideia antiga de dar vida ao miolo da metrópole que fica às moscas ao fim de cada dia. Geralmente, o centro de cidades grandes tem uma estrutura mais voltada para os negócios e, em quase todas elas, mesmo tendo prédios de moradia, não se agitam à noite. Aqui, teremos o mesmo comportamento, pois as atividades aqui desenvolvidas não são de dinâmica noturna, mesmo tendo hotéis e centros de compras (vulgarmente denominados de shoppings). Ademais, considero que o centro do Plano Piloto tem ao redor inúmeras superquadras destinadas a moradias e estão bem ocupadas. Outra questão é que o núcleo metropolitano, devidamente tombado, poderá abrigar habitações no lugar de escritórios ou abrir outras atividades e poderá não se dinamizar. Isso sendo feito, mais uma vez se centraliza o que foi extremamente focado no Plano Piloto. Sugiro que daqui para a frente se descentralize tudo o que for possível, pois, enquanto a área central (Grupo 1 do Dieese/Codeplan/Setrab) tem, de janeiro a junho de 2019, uma média de 9% de desemprego, no Grupo 4 (Fercal, Estrutural/Varjão, Paranoá e outras localidades de baixa renda), o desemprego chega a 25,4% ; superior à média de 19,5% do DF. Assim, descentralizar/desconcentrar é preciso para, inclusive, reduzir o montante de mobilidade para o Plano e elevar a qualidade de vida das demais regiões administrativas. Por isso, a geografia do DF deve se voltar para essas localidades que têm menor capacidade de reter trabalhadores nas proximidades da moradia. O Plano Piloto tem mais de 40% da oferta de atividades e as de melhor remuneração.
; Aldo Paviani, Lago Sul
Os ipês
Muito bem retratada ;O azul do céu encontra o amarelo do ipê; (2/8, pág. 22). A natureza continua brindando os brasilienses com um novo espetáculo. Desta vez, são os ipês-amarelos, também chamados de ;ouro de Brasília;, que chegam com força total, substituindo os de cor rosa. Prepararem suas câmaras para registrá-los. Imperdível! O colorido dos ipês não para de encantar moradores de Brasília e turistas que visitam a capital nesta época.
; José Ribamar Pinheiro Filho, Asa Norte
Demissões
O governador Ibaneis Rocha foi eficiente ao demitir servidores negligentes, malandros e até criminosos. A chamada estabilidade no emprego é nociva aos interesses do Estado e, sobretudo, da sociedade. Fui, por longos 10 anos, servidor público e ficava assustado com a malandragem de vários colegas. Após quaisquer dois espirros, buscavam atestado médico para faltar uma semana, 10 dias. Pura malandragem. Muitos deixavam o paletó nas costas da cadeira e saíam às compras no horário do expediente. Era algo chocante. Exploravam o quanto podiam o instituto da estabilidade, certos de que nada lhes aconteceria. E não acontecia mesmo. Quando em vez, a chefia fazia o mesmo, sinalizando que seus subordinados estavam à vontade para copiar suas atitudes. Na iniciativa privada, isso jamais seria tolerado. No primeiro flagrante, o funcionário seria demitido. Passou da hora de colocar ordem no setor público e acabar com a folga daqueles que não levam a sério as atribuições nem honram o contrato de trabalho firmado com o Estado.
; Eduarda de Paula da Silva, Asa Norte
Nero
Conta a história que Nero enlouqueceu seis meses após ter assumido o Império Romano, advindo daí todas as atrocidades praticadas para seu divertimento e concretização de suas imaginações. Será que, quase dois milênios depois, estamos presenciando um ressurgimento? Será que nosso atual Nero protesta sobre concorrência ao tentar desqualificar a loucura de seu maior cabo eleitoral, o esfaqueador? Deveria até homenageá-lo, visto que, mantendo-o calado, permitiu que não dissesse aleivosias como tem feito. Será que a loucura que abateu Nero hoje se aplica ao atual imperador? Será que ele a trazia e seus fãs não perceberam ou a ele se equivalem? Tomemos cuidado. Estamos na fase de seca e... Pode vir a ocorrer um incêndio igual ao de Roma e, tal como os cristãos daquela época, alguns poderão ser levados ao circo para queimas. Seria no Mané Garrincha?
; Ricardo Artur Rosa, Asa Sul
Rainha Vermelha
No governo Bolsonaro, é assim: contrariou o chefe, rua! Pensou diferente, rua! Em hipótese alguma, permite que alguém pense diferente. Seu Jair governa com revanchismo, essa é a verdade. Sua forma de governar, cortando todas as cabeças que pensam diferente dele, lembra muito aquela Rainha Vermelha, do conto Alice no país das maravilhas. Ou, para não ir tão longe, lembra muito um certo governante vizinho nosso. E depois diziam que era o PT que transformaria o Brasil numa Venezuela...
; Matheus Rocha, Águas Claras
Antipatriota
;Alguém tem de colocar um freio no presidente.; Essa infeliz frase fora dita nada mais nada menos que por um ex-ministro do STJ. Entendo que quem deveria ser proibido de falar ou se expor seria esse senhor, não o presidente do Brasil. O presidente de qualquer país do planeta, sem dúvida nenhuma, é para defender seu povo, não o bobo da corte, como muitos querem. Vamos ser mais realistas. Quem está atrapalhando o país não é o presidente, mas um punhado de antipatriotas que falta espaço para serem mencionados. A imprensa, de modo geral, deveria ter mais parcimônia.
; José Bonifácio, Cruzeiro.