Educar para a libertação
Com a notícia de mais uma chacina, dessa vez no centro de Recuperação de Altamira, no Pará, onde 58 detentos morreram em violenta rebelião dentro daquele presídio, fica cada vez mais claro, tanto para a sociedade brasileira quanto para o restante do mundo, onde essas notícias chegam com estardalhaço, que nossas autoridades perderam, por completo, o controle de nossas prisões.
O mais preocupante que é constatar que o modelo atual de segurança pública, em todo o país, não tem conseguido administrar o que ocorre dentro dos muros das prisões e, muito menos, o que o que se passa nas ruas de nossas cidades. Aos olhos do mundo, somos vistos, como uma das nações mais violentas do planeta, em permanente guerra civil, com bairros e comunidades inteiras dominados pela violência e pelo crime organizado.
Outra evidencia trazida por mais essa chacina é que, definitivamente, nosso sistema carcerário não recupera ninguém. Pelo contrário. É sabido que, em muitas prisões, os internos são obrigados se integrar às diversas organizações que agem dentro e fora das cadeias. Por esse sistema perverso, cada novo preso que chega é mais um operário cooptado para uma organização criminosa, o que engrossa o contingente dessas corporações num ciclo sem- fim.
Para a sociedade brasileira, surpreendida constantemente com esses acontecimentos trágicos e que, há muitos anos, vive, ela própria, encarcerada dentro de casa, cercada de cercas elétricas, câmeras, cachorros e mesmo segurança privada, episódios sangrentos como esses, demonstram que vivemos numa barbárie.
Infelizmente, numa sociedade barbarizada pela banalidade cotidiana de crimes, os sentimentos de humanidade e de respeito ao próximo vão perdendo sentido. Para estudiosos nesses assuntos, até a nossa indiferença só é um índice de barbárie.
Quantas vidas teriam sido poupadas, nessa e noutras infinitas chacinas havidas, se lá atrás fossem oferecidas todo o mundo de oportunidades que uma boa e sólida educação descortina? A continuar nesse processo secular de descaso com a educação, é certo que outras chacinas do gênero voltarão a acontecer, num ciclo macabro e sem fim, sacrificando gerações no altar indiferente do Estado e sob os aplausos de uma elite indiferente que nada entende de humanismo.
A frase que não foi pronunciada
A frase que não foi pronunciada
; O otimista é um tolo. O pessimista, um chato. Bom mesmo é ser um realista esperançoso.;
Ariano Suassuna,
dramaturgo, romancista, ensaísta, poeta e professor
Sem alternativa
; Parece que o que seria provisório está se tornando permanente. Não tem agradado aos moradores da parte norte da cidade, a água recebida pela Caesb, principalmente a advinda do Lago Paranoá. Até mau cheiro os clientes são obrigados a receber e consumir a contragosto.
Exercício eterno
; Pouca diferença se tem notado em relação à prática desportiva nas escolas. Mesmo com um Projeto de Lei do Senado, o PLS 25/2017 ou a Lei de Diretrizes e Base da Educação, a prática esportiva e as artes deveriam ter se transformado em princípios da educação nacional. As artes também estão de lado. Remédio para a cognição, convívio social, destreza, controle dos impulsos. Enquanto nossos governantes desconhecerem os benefícios, estaremos fadados a esse vazio.
Conhecimento
; Práticas de discriminação e preconceito contra o povo cigano ainda são visíveis. Representantes da classe defendem que só quando a cultura cigana for abordada nas escolas é que os ciganos serão respeitados. Foi assim com os índios e com os negros, mas a criançada mal sabe descrever um cigano. Há um Estatuto do Cigano tramitando no Senado.
Gratidão
; A família Ari Cunha agradece por todas as manifestações de carinho recebidas por ocasião da missa de um ano de morte do nosso querido jornalista. Ter amigos é ter razão para seguir em frente.
Interrogação
; Investidores estrangeiros entraram com um processo coletivo contra a Petrobras, quando foi deflagrada a Operação Lava-Jato. Brasileiros costumam acionar as empresas estrangeiras que dão prejuízo ao Brasil? Brumadinho pouco evoluiu. Somos um povo passivo, mais que pacífico.
Mapeando BR
; Os generais Alberto Cardoso e Eduardo Villas-Boas abrirão o Ciclo de Diálogos do Instituto Histórico e Geográfico do DF, com o tema A Construção do Pensamento Político no Brasil. Dia 5, às 19h, no IHG-DF, entre a 703 e a 903 Sul.
História de Brasília
História de Brasília
O deputado Aurélio Viana, falando na Câmara, fez galhofa em torno do patriotismo de muita gente, no que tem inteira razão. E para terminar, fez blague: Enquanto houver cargos para nomear, o ministério só cairá se quiser. (Publicado em 26/11/1961)