Jornal Correio Braziliense

Opinião

Sr. Redator

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Padrinho
Os políticos se empenham em manter os salários em altos níveis nas estatais. Estão ávidos em indicar familiares e companheiros para o lugar. Se a indicação é confirmada, o beneficiário do alto salário se torna devedor de quem o indicou. Entre as formas de retribuição, está a de colocar os recursos do órgão em favor do padrinho político. Ajudas para a próxima eleição são prováveis que aconteçam. E tudo isso passa a significar mais um caminho de transferência desavergonhada de dinheiro público para fins privados.
; Mauricio Pereira,
Asa Sul


Tombamento
O governador Ibaneis Rocha tem razão ao lamentar o raciocínio vesgo dos intolerantes defensores do tombamento de Brasília. Os tempos são outros.Brasília não pode nem deve permanecer engessada graças {a hipocrisia dos parasitas e vestais grávidas. Milhares de desempregados e suas famílias não comem concreto com arroz. Ferro, parafuso e aço não põem mesa nem dão escolas, hospitais e melhor transporte para a população. Ibaneis herdou um Distrito Federal esfacelado, desorientado e humilhado. Graças a governantes demagogos que passaram quatro anos semeando conversas fiadas, recheadas com obras de fachadas. Estatísticas falsas e contratações mentirosas. Mestres em ludibriar a boa-fé dos eleitores. Passou da hora de despertar cérebros tombados pela burrice e insensatez, para que Brasília volte a crescer, com mais qualidade de vida e mais empregos.
; Vicente Limongi Netto,
Lago Norte


Judiciário
A Justiça brasileira é vagarosa, e muito. A liminar monocrática emitida pelo ministro Dias Toffoli que paralisa investigações que utilizam dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), da Receita Federal e do Banco Central, vai vigorar, pelo menos, até que o plenário do Supremo se reúna para decidir qual o nível permitido para troca de informações entre agentes de controle do sistema financeiro e o Ministério Público. Pasmem, o julgamento no plenário de um recurso que trata do tema está previsto para novembro deste ano. Quem sabe, com a importância que o assunto requer, Dias Toffoli, tenha coerência e o bom senso, dê celeridade ao processo e antecipe seu envio ao plenário da Corte. Enquanto isso, os locupletadores do erário, que estão sendo investigados, se aproveitam das benesses disponíveis no Jardim do Éden (STF). Estamos em plena era da provisoriedade das decisões judiciais. A sociedade tem uma cultura do litígio, do conflito. Não procura a mediação e o acordo; por isso, um número infinitamente grande de processos afoga o sistema. Temos o 30; Judiciário mais lento entre 133 países, segundo o Banco Mundial. Esses índices não indicam, no entanto, que os juízes brasileiros são ineficientes. Outra peculiaridade brasileira é que 51% dos 95 milhões de processos em andamento no país são ações para recuperar valores devidos por pessoas e empresas aos estados, municípios ou à União. Acrescente na Justiça do Trabalho, mais 11 mil ações trabalhistas por dia, em média. Some-se a tudo isso, a elevada judicialização pela qual passa a sociedade brasileira e o excesso de recursos permitidos durante os processos e tem-se um panorama das travas que emperram nossa Justiça. Por favo,r meus tataranetos, se possível, informem aqui para a casa celestial se minha ação trabalhista foi julgada.
; Renato Mendes Prestes,
Águas Claras


Sigmaringa

Incrível como são divergentes as opiniões. A minha, por exemplo, é totalmente divergente da opinião do advogado Marco Aurélio de Carvalho (30/6). O objetivo do artigo foi prestar uma homenagem a Sigmaringa Seixas, amigo do Lula, morto. No texto, que se refere a uma pretensa carta que Sigmaringa escreveria a Lula, consta que ;Lula continua prisioneiro de um grupo de poder que inverteu a lógica de aplicação de direito. A partir da premissa de culpa, foi forjada cada etapa do processo. Um jogo de cartas marcadas;. O cidadão Lula, desde que surgiu como líder em suas ;atividades sindicais;, despertou o meu interesse e sempre acompanhei as suas atitudes e ações pela mídia. A mim ele nunca enganou. E agora, após tantas evidências, tenho plena convicção de que fez por merecer o que o destino lhe reservou: a cadeia. Com sua lábia, iludiu a população brasileira que nele depositou a confiança para reger os destinos do país.Teve todas as condições para se redimir e se tornar um estadista. Mas, não, preferiu liderar um grupo de pessoas que extorquiu os cofres da nação, deixando-a em situação de penúria, com recorde de desemprego e com uma tremenda desconfiança da população em suas lideranças, e com a baixa estima talvez nunca vista.
; Vilmar Oliva de Salles,
Taguatinga