Esta semana (31/7 e 1; de agosto) Brasília recebe investidores presentes à 17; edição do Fórum Latin American Infrastructure Leadership, que articula os projetos estratégicos de infraestrutura entre o setor público e empresas. Seria mais um evento de negócios não fosse a nossa capital converter-se em principal atração, quando são muitas as expectativas em torno de iniciativas para que o país possa sair da estagnação, reconquistar investidores e retomar o caminho do desenvolvimento.
Com seus 5.802 quilômetros quadrados, a realidade é que a menor das unidades federativas deixou de ser um mero ponto no mapa para reivindicar, às vésperas de completar 60 anos, o merecido reconhecimento como uma ponte de desenvolvimento unindo os quatro pontos cardeais do Brasil.
Não é imodesto lembrar que ao registrar expressivos R$ 235,497 bilhões em Produto Interno Bruto (PIB) no ano de 2016, o Distrito Federal tornou-se a oitava economia entre os 26 estados; é, antes, motivo de orgulho, sobretudo quando ainda está fresco na memória o tempo em que se escasseavam até produtos básicos no mercado local.
O candango, o brasiliense, o empreendedor ; pequeno, médio e grande ;, o trabalhador, do mais simples ao mais qualificado, o servidor público, mulheres e homens, cidadão e cidadã, todos suaram a camisa para construir essa ponte capaz de interiorizar o progresso, tal como imaginaram aqueles que fizeram Brasília.
Somada ao Entorno, a população chega aos 5 milhões ficando com o DF a maior renda per capita nacional (R$ 2.548,00), mais que o dobro dos R$ 1.268 da média, segundo o IBGE. A capital está entre as 10 cidades brasileiras com maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
Nossa posição é única para ser transformada em eixo na distribuição de mercadorias, ou ;hub de carga;, na terminologia dos especialistas. Daqui a São Paulo, onde há maior concentração de indústrias, são pouco mais mil quilômetros; ao Rio, 1.200 quilômetros; e a Cuiabá, capital mais distante para o extremo oeste, 1.100 quilômetros.
O DF também fica próximo a dois grandes centros consumidores, Belo Horizonte, a 735 quilômetros, e Goiânia, a capital mais próxima, com 207 quilômetros. Sem falar que em breve haverá ligação com a Ferrovia Norte-Sul, com a chegada de um ramal da estrada que interligará a região onde mais se produz grãos e carne, ao Nordeste, Norte, Sudeste e Sul.
Olhe mais uma vez o mapa e verá que o DF fica a apenas 1h30 de voo para São Paulo, 1h20 para Rio de Janeiro, 1h45 para Vitória, 2h30 para Recife, 3h para Manaus e 30 minutos para Goiânia. É também o centro geográfico da América Latina, a três horas de voo para Buenos Aires, Argentina, menos de oito horas para Miami, Estados Unidos, e a 3h40 para o Peru, onde está localizado o porto da América do Sul mais próximo do Oriente.
Não por menos, o Aeroporto Juscelino Kubitschek foi alçado à terceira posição em movimentação de passageiros. Na terminologia dos negócios, é um clássico hub de passageiros. Só no ano passado, 18 milhões de pessoas passaram pelo terminal. Somente em janeiro deste ano, foram registrados mais de 12 mil voos domésticos, transportando 1.526.201 pessoas. Do terminal decolam voos diários para Miami e Orlando, Lisboa, Cidade do Panamá, Buenos Aires e Punta Cana. Isso faz do aeroporto de Brasília também o terceiro no ranking nacional de movimentação de mercadorias. Fica atrás apenas de São Paulo e Manaus. São mais de 41 toneladas de carga domésticas todo ano.
São dados reais, e não meras projeções, que estão à disposição de quem chega ao DF e se admira não só com a sua arquitetura, mas também com a sua pujante força transformadora. Ao que cabe o Governo do Distrito Federal fazer, nada se deixa escapar. No momento, as bases para a ampliação da infraestrutura de energia, mobilidade e saneamento das Áreas de Desenvolvimento Econômico, as ADEs, e o pleno funcionamento do Porto Seco, estão sendo lançadas.
Com o anel viário do DF, poderemos agilizar o transbordo da carga com destino à capital e às regiões vizinhas. Será uma via expressa de distribuição local de mercadorias e passagem do transporte rodoviário entre as quatro regiões brasileiras. Vamos também ampliar a capacidade do Aeroporto JK para operar o transporte de carga e até transformá-lo em Zona de Neutralidade Fiscal.
As condições para o desenvolvimento estão, definitivamente, lançadas. Resta-nos trabalhar para que elas se tornem uma realidade genuína, e não se restrinjam a uma mera expressão de vontade. Bem-vindos os investimentos!