Em junho, 48,4 mil empregos formais (carteira assinada) foram criados. O primeiro semestre fechou com 408.500 vagas, o melhor resultado para o período em cinco anos. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) não deixam de ser animadores. Mas há se de convir, estão muito longe da necessidade do país, onde mais de 12 milhões de pessoas amargam o desemprego, numa economia próxima à estagnação.
Daqui a 10 dias, o Congresso Nacional retoma as atividades. O primeiro item da pauta de votação da Câmara é o segundo turno da reforma da Previdência. A expectativa é de que os deputados sejam céleres nesta etapa. Igual rapidez é esperada do Senado na apreciação da PEC que mudou o sistema de aposentadorias. Não há motivos para ser diferente. Todo o processo transcorrido na Câmara foi acompanhado muito de perto pelos senadores. Assim, não há razão para postergar a aprovação dos ajustes no regime previdenciário.
Só a reforma da Previdência não é suficiente para retirar a economia do estado letárgico em que se encontra. Legislativo e Executivo têm de dar conta de uma reforma tributária, que reduza os custos para quem deseja investir e diminua o peso sobre as costas dos contribuintes. Mais: há necessidade de uma urgente, ampla e profunda reforma administrativa do Estado, ainda inchado e de elevado custo para o bolso da população.
Com uma das mais pesadas cargas tributárias do mundo, o Estado brasileiro não consegue responder, como deveria, às necessidades da sociedade por meio de melhores serviços públicos de saúde, educação, segurança, transporte, entre outros, que impactam a qualidade de vida. O país exige menos burocracia. Há, hoje, uma via cheia de obstáculos que acabam sendo contornados por atalhos forjados na corrupção.
A liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), ainda que seja uma boa medida para aquecer o consumo, tem efeito limitado. A equipe econômica não deve contar apenas com tais providências para injetar ânimo no setor produtivo. É preciso implementar medidas que sejam atraentes ao capital nacional e estrangeiro, estimulem o crescimento e resultem em maior oferta de empregos. Uma década para que sejam criados três milhões de empregos pode parecer pouco para quem está no mercado, mas, sem dúvida, é uma eternidade para aqueles estão fora dele.