Livre-comércio: tratado sob a lupa dos verdes
É bom o governo ir colocando em prática todas as providências acertadas com os negociadores europeus durante o Acordo de Livre-Comércio entre o Mercosul e a União Europeia. A esperança de que o tratado possa agregar mais US$ 10 bilhões às exportações do Brasil para a União Europeia e outros bilhões num futuro próximo não será tão fácil de ser implementado como acreditam e propagam alguns otimistas dentro do governo. Obviamente, trata-se de um acordo que pode fazer o Mercosul renascer das cinzas, dando fôlego também à economia estagnada de nosso país.
É preciso lembrar que a maioria das cláusulas do acordo precisa ser aprovada, primeiramente pelo parlamento de cada país, e é aí que mora o perigo. O que resultará das negociações políticas dentro de cada um dos parlamentos da Europa é uma incógnita e dependerá não só das eleições que ocorrerão naqueles países, com a formação de maiorias, como da pressão de grupos de interesse interno, formados por agricultores, Organizações não Governamentais (ONGs) e defensores do meio ambiente e outros de cunho nacionalista.
Ambientalistas europeus, que não veem esses acordos com bons olhos, formam um grupo coeso e forte politicamente e costumam ter suas decisões acatadas pelos governos de muitos países signatários. A preocupação com os efeitos do aquecimento global e outras questões ligadas ao ambiente do planeta tem um peso político considerável e são capazes de derrotar ou eleger candidatos, dando novo rumo ao tratado.
A bancada verde, tanto do Reino Unido quanto da Alemanha e da França, vem se mobilizando para dificultar a aprovação do acordo na sua totalidade. Desconfiam de ações, por parte do Brasil principalmente, em combater e punir os casos de desmatamento, o uso de agrotóxicos perigosos, a invasão de terras indígenas, a poluição de rios e outros temas ligados ao meio ambiente. Para piorar essa situação, as esquerdas europeias, municiadas ou açuladas pelos seus correligionários da América do Sul e do Brasil, estão realizando uma verdadeira maratona para melar o acordo, com base em vieses ideológicos.
Outra barreira considerável para o deslanche do tratado, como pretende o Mercosul e o Brasil vem de setores da economia daquele continente, temerosos de perderem seus incentivos e de terem que concorrer com produtos de origem e qualidade duvidosas. Ambientalistas dos dois continentes temem que esses acordos acelerem, ainda mais, o processo de desmatamento no Brasil para o alargamento das fronteiras agropecuárias. Nesse sentido, poucos podem fazer as campanhas de publicidade do governo mostrando que o Brasil respeita o meio ambiente, uma vez que o monitoramento desse processo é feito por sofisticados satélites e por alta tecnologia que podem, em tempo real, mostrar a derrubada de matas virgens, queimadas e outros ataques à natureza.
Diante de um quadro de dificuldades dessa magnitude, ou o governo muda seu discurso e prática com relação ao meio ambiente ou perde a oportunidade de fazer valer um grande e vantajoso tratado não só para a economia, mas que pode dar novo e definitivo rumo à questão da preservação do meio ambiente, hoje, considerada em todo o mundo o maior patrimônio de um país.
A frase que foi pronunciada
;Denúncias cheias de nada.;
Ministro Sérgio Moro sobre a lengalenga da oposição.
Novidade
; Importantes projetos em votação no Senado. Um deles, o PLS 392/2016 autoriza o saque do FGTS nos casos em que a demissão for pedida pelo empregado. O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço é direito do trabalhador, não do patrão.
Invasões
; Sobre a decisão da Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor que está analisando um projeto sobre o ;marketing invasivo;, há o aplicativo TrueCaller, que forma uma rede de consumidores que informa quando se trata de ligações por spam. O aplicativo é bastante simples. Os parlamentares discutem providências para bloquear essas ligações. Tudo o que se puder somar para frear essa forma irritante de marketing é valido.
Divulgação
; A Fundação Estudar está com as inscrições abertas e gratuitas para o Lidera, evento anual da organização sem fins lucrativos e que reúne alguns dos principais nomes da transformação no Brasil. Estão confirmados o professor da Universidade de Harvard, palestrante internacional e autor dos livros Pipeline da Liderança e Execução, Ram Charan, Angela Duckworth, autora de Garra, e professora da Universidade da Pensilvânia, além do técnico Bernardinho. Mais detalhes no Blog do Ari Cunha.
História de Brasília
Outra da festa: os que trataram do elefante que divertia a gurizada, maltrataram demais o animal, que ficou ensanguentado. (Publicado em 24/11/1961)