Num mundo em que as mudanças são cada vez mais velozes, em todos os setores, a área de ensino não poderia ficar de fora das transformações. A educação a distância vem ganhando terreno em todo o Brasil e no mundo. Educadores discutem se o ensino fora da sala de aula traz os mesmos benefícios que o presencial, mas o fato é que o local de formação profissional não convencional, principalmente em relação ao nível superior, reflete os novos costumes e um estilo de vida renovado, em que a plataforma digital se faz mais e mais presente em todas as atividades.
A questão da qualidade do ensino, tão criticada pelos especialistas nos últimos tempos, vem à tona quando se discute a educação a distância, também conhecida como EAD. Não são poucos os que concordam com a eficácia desse modelo de educação, mas parcela significativa de integrantes do magistério não esconde sua desconfiança com o método. Importante ressaltar que todos os cursos autorizados e regularizados funcionam sob a fiscalização do Ministério da Educação (MEC). No Brasil, apenas quatro são proibidos de ministrar o EAD: direito, medicina, odontologia e psicologia.
O aumento da procura por essa modalidade de ensino se dá, principalmente, por questões econômicas, diante do cenário desfavorável do financiamento estudantil. Estudos mostram que os estudantes que optam pela permanência na sala de aula têm maior disponibilidade de tempo e de recursos financeiros. A perspectiva do setor é aumentar as matrículas no ensino a distância, no médio prazo, pois a tendência é a de que os estudantes com mais dificuldades financeiras migrem para ele.
A previsão é de que, em 2023, a formação on-line responda por mais alunos do que aquela em sala de aula, de acordo com os dirigentes da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes). No Sudeste, entre 2010 a 2017, ano do último censo da educação superior, Minas Gerais lidera o crescimento de novas matrículas presenciais e a distância, com 3,4% ao ano (média), seguido por Rio de Janeiro, com avanço de 3,1% no período; Espírito Santo, com 3%; e São Paulo, com 2,9%.
A expectativa entre os educadores é de que os dois tipos de ensino caminhem para um modelo misto, que combina presencial e a distância, de acordo com a necessidade de cada aluno e de cada curso. Para os especialistas, não faz sentido, por exemplo, ter algumas graduações na área de saúde totalmente a distância.
O fundamental é que cada instituição estabeleça seu modelo dentro das diretrizes nacionais curriculares. Não se pode fugir da realidade e o que tem de ser buscado pelas autoridades é o aperfeiçoamento do EAD, para que mais jovens possam conseguir seu diploma universitário para entrar num mercado cada vez mais competitivo.