Silêncio... Não há palavras para definir o que o pequeno Rhuan Maycon, 9 anos, viveu na última sexta-feira. A mulher que um dia o concebeu, o amamentou e o embalou foi capaz de lhe tirar a vida de maneira fria, calculista e cruel. Silêncio... Faltam adjetivos para expressar tamanha barbaridade. A ;mãe; de Rhuan e a companheira dela o mataram a facadas, esquartejaram o pequeno, tentaram queimar uma parte do corpo na churrasqueira da casa, pretendiam fritar as pernas e despejar o produto no vaso sanitário. Os ossos, segundo as acusadas, seriam triturados. Um fim bizarro e horrível para uma criança. Uma criança... As primeiras investigações apontam que a atrocidade teria sido em represália ao corte da pensão alimentícia recebida pela irmã do garoto.
Silêncio... No ano passado, Rhuan teve o órgão genital decepado pelas duas, sob o pretexto de que o menino queria ser menina. De acordo com a polícia, mãe e madrasta forçaram o garoto e a irmã de criação, de 8 anos, a terem relações sexuais entre si. Como não imaginar o horror vivido por eles, mantidos em cativeiro e submetidos à degradação? Como imaginar que uma mãe pudesse matar o próprio filho e ainda tivesse a frieza de cortar o cadáver em pedaços? Quando li a história pela primeira vez, chorei e meu estômago revirou.
Silêncio... Rhuan talvez tenha tentado gritar. Talvez Rhuan tivesse sido surpreendido com a maior das traições, ao ver a mãe lhe extirpando a vida e os sonhos. Rhuan tem a idade do meu garoto. Eu simplesmente daria a minha vida pelo meu filho. Quem ama protege, cuida, afaga, se doa. Não consigo conceber como alguém consegue fazer qualquer mal a uma criança. Ainda mais algo tão tenebroso e demoníaco. O pequeno Rhuan foi retirado do Acre contra a autorização da Justiça por duas mulheres, às quais não cabe outro termo, exceto ;psicopatas;.
Silêncio e dor... Rhuan, descanse em paz. Longe das maldades e das traições deste mundo selvagem. Longe de um Estado que foi incapaz de lhe garantir proteção e de lhe tirar do convívio de duas pessoas monstruosas. Repouse, pequenino, talvez em um local onde a dor, o ódio e a mágoa inexistam.
A sociedade lamenta por você, chora por seu destino tão trágico. Sobretudo, a sociedade exige que a Justiça seja implacável e repleta de rigor. Que sua morte e a lembrança de seu corpo frágil e inerte povoem para sempre a memória daquela que se diz ;mãe; e da cúmplice que não impediu tamanha sordidez. Agora, Rhuan, você está livre de toda a maldade. Silêncio...