Jornal Correio Braziliense

Opinião

Sr. Redator

Hipocrisias
Uma coisa é certa: nossos políticos são sinceros em suas hipocrisias. Como tantas reformas por que passou o Brasil, a previdenciária paira como falcatrua a fundo perdido. Cabral (o Pedro) ao ver bastante Pau-brasil, deveria ter posto na entrada do país: ;Seja bem-vindo ao país pauleira;.
Eduardo Pereira,
Jardim Botânico



Crime organizado
A força do criminoso Marcola no seio da organização criminosa é inegável. Para onde ele for levado e recolhido (nos presídios de segurança máxima), os seus comparsas soltos o acompanharão. Para o presídio de Brasília, na Papuda, com ele, vieram mais sete (presos). Agora, para confirmar essa teoria, mandaram os líderes do massacre do Amazonas. O ministro da Justiça, que foi juiz e nunca trabalhou na área de segurança pública, quando recebeu as reclamações do governador Ibaneis Rocha, com muita razão, sobre o recolhimento desse perigoso detento em Brasília, fez ouvido de mercador, mas afirmou que ele é nocivo em qualquer lugar. Não sentiu que aqui é a capital da República. O governador está cheio de razão. Dois bandidos do Comando Vermelho foram presos nas cercanias de Brasília pela Polícia Civil. É aquela história: quando um teima contra a lógica termina caindo no descrédito social. O adágio de que o morador só tranca melhor a porta quando é roubado aplica-se como uma luva nessa renitência,
José Lineu de Freitas,
Asa Sul



Crise

A participação do Brasil na economia global caiu ao seu menor nível em 38 anos, segundo dados divulgados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). 2018 marcou o sétimo ano consecutivo de perda de participação na economia mundial. Em 1980, o País tinha 4,4% da produção de bens e serviços. Hoje, tem apenas tem 2,5%. Com isso, o Brasil perdeu o posto de sétima economia mundial para a Indonésia. O desequilíbrio fiscal é a principal causa da estagnação econômica, razão pela qual a reforma da Previdência se torna cada vez mais urgente e necessária. Cerca de 50 milhões de brasileiros, o equivalente a 25,4% da população, vivem na linha da pobreza. Temos 13,4 milhões de desempregados, e ainda, segundo o IBGE, 11,5 milhões de pessoas analfabetas com quinze anos de idade ou mais. O número representa 7% da população a partir dessa faixa etária que não sabe ler nem escrever. Na saúde, o sistema está falido, o sarampo reapareceu e a dengue está cada vez mais proliferando. O país praticamente não tem saneamento básico e os seus serviços médicos, sucateados, estão à beira do colapso. No entanto, através das lentes azuis de nossos otimistas Panglossianos, tudo vai bem e hoje vivemos no melhor dos mundos. Sob a visão caolha desses ;sábios;, a economia consiste apenas em manter a estabilidade da moeda, mesmo a um alto custo social. E assim, ao invés do crescimento econômico, com uma justa distribuição da riqueza, prefere-se o assistencialismo demagógico, que apenas acalma os espasmos da miséria, mas não remove as causas.
Renato Mendes Prestes,

Águas Claras



Manifestações
Maio foi marcado por três manifestações em âmbito nacional. Transcorreram em clima de tranquilidade, como deve ser numa democracia. Estudantes e professores saíram às ruas contra o corte de verbas da Educação. No meio deles, alguns aproveitadores defendendo o ;Lula livre; ; se não me engano, no governo dele, também houve corte de recursos para universidade. Mas faz parte do jogo político-ideológico. Nas manifestações da ;direita;, pautas importantes, como a reforma da Previdência e o pacote anticrime de Sérgio Moro; outros pedidos, no entanto, pouco republicanos, como o fechamento do STF ; de uma minoria, sim, mas de qualquer maneira inaceitável. O resumo das ruas? O brasileiro alcançou a maturidade democrática. Tirando os excessos, seguimos numa saudável ordem democrática. Pensem nisso, políticos.
Vera Cruz,
Asa Norte