Patinetes
Empresa cria solução para desafogar o trânsito e coloca patinetes nas ruas. A empresa lucra e os cidadãos têm mais um meio de locomoção à disposição para trajetos curtos, sem poluentes. Vem o governo e manda recolher os patinetes. A empresa não lucra, os cidadãos perdem e tudo volta como antes. Entendamos: o Estado nunca é a solução, mas, sim, parte do problema. Não é razoável exigir que o cidadão utilize equipamentos de segurança em uma atividade de baixo risco. Não precisamos de político-papai para nos dizer o que é perigoso ou não. Precisamos, ao revés, de liberdade com responsabilidade e autoconsciência.
Ricardo Santoro, Lago Sul
Reformas
Ninguém ignora o estado de paralisação em que se encontra a economia brasileira. Desemprego em alta com 13 milhões de trabalhadores na inatividade e 18 milhões de desalentados, população endividada, aumento da pobreza, falência do sistema de saúde. PIB em queda e dólar em alta. Se não houver um empenho dos governantes em conciliarem suas divergências, será muito difícil a retomada do crescimento, fundamental para a redução do desemprego. O Correio, no último dia 28, no editorial Recado das manifestações e na coluna Nas entrelinhas, do jornalista Luiz Carlos Azedo, abordaram com propriedade e perspicácia o delicado e decisivo momento vivenciado pela nação. O renomado cronista ressalta o inusitado e corajoso gesto do presidente Bolsonaro ao se negar a promover o loteamento político dos ministérios, o que, segundo sua inteligente interpretação, na consagração do próprio Congresso como representante e intérprete do povo. O editorial, com seu costumeiro discernimento, ressaltou o papel da manifestação no fortalecimento da democracia, por via das mudanças e do combate à corrupção. Espera-se que a reforma da Previdência e a lei de combate à corrupção não sejam fatos isolados. Vamos aguardar as reformas tributária, da federação, da burocracia estatal e, principalmente, da reforma política, pois um país com 30 partidos é ingovernável. Parabéns, Correio, uma exceção na comprometida mídia brasileira.
Cid Lopes, Lago Sul
Educação
Nos últimos anos, investimos muito dinheiro na abertura de universidades federais e abandonamos a educação básica. O resultado é que regredimos no ranking mundial e agravamos a principal causa do abismo social, que é a falta de oportunidade de uma educação de qualidade para todos, além de formarmos militantes partidários e aparelharmos as universidades como foi feito nos sindicatos e estatais. Assim, sem qualquer viés ideológico, temos que concordar com o atual governo em priorizar o ensino básico e desaparelhar esses centros universitários. Temos que formar, com o dinheiro do povo, médicos, professores, enfermeiros, ou seja, profissionais que sirvam à população e estão em falta no mercado. Há que se fazer uma devassa pela PF nos campus, pois viraram passarela de drogas, e CGU e TCU na gestão dessas instituições. Professores e reitores têm que ter metas e cumpri-las! Disciplina e ordem nas universidades é o que desejamos! Temos que combater urgentemente a corrupção, apurando o passado, nas universidades, nas estatais, nos fundos de pensão e nos sindicatos que, por anos, financiaram partidos políticos.
Elenilson Santos de Oliveira, Asa Norte
Pacto
A ida furtiva, de surpresa e a pé, do presidente Bolsonaro à Câmara dos Deputados, é sintomática de como, até brincando, a independência dos poderes da República são favas contadas. A harmonia ficou por conta do presidente da Casa, levando a coisa pelo lado da brincadeira, amenizando a situação. Não foi por menos, tendo em vista que a Câmara estava homenageando o humorista Carlos Alberto da Nóbrega, cujo programa sempre primou por divertida e jocosa galhofa.
Elizio Nilo Caliman, Lago Norte
Incoerências
O brasileiro realmente é um povo desequilibrado e o Congresso representa bem esse desequilíbrio ao legislar. Se o cidadão toma duas latinhas de cerveja, está embriagado, e, se for pego dirigindo em blitz policial, a multa chega a R$ 1.915,40. Quem dirige usando celular, indo de uma faixa para outra, paga multa de R$ 293,47. No Correio de 29/5, noticia-se que, no projeto de atualização da tabela do Imposto de Renda, quem ganha de R$ 9.980,01 a R$ 33.932,00 pagará o imposto de 27,5%, e quem ganha acima de R$ 33.932,01 pagará de imposto 37%. E os que ganham R$ 50.000,00, R$ 70.000,00, R$ 100.000,00 ou mais terão a mesma alíquota anterior? Pura falta de equilíbrio e e bom senso. Onde está o justo nesse projeto? Ao elaborar qualquer projeto, é preciso que, além da legalidade, constitucionalidade, se observe, também, se o mesmo é justo. Aliás, a tabela de Imposto de Renda sempre foi injusta e desequilibrada. Sem contar que trabalhador não tem renda, tem salário. Renda, quem tem são os comerciantes, os empresários que vivem de lucros.
Anísio Teodoro, Asa Norte