Jornal Correio Braziliense

Opinião

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Sarney
Parabenizo a direção do Correio Braziliense por publicar, no último domingo, excelente entrevista com o ex-presidente José Sarney, feita pelas jornalistas Ana Dubeux e Denise Rothenburgh. A matéria é uma aula de política principalmente para as novas gerações de políticos e universitários. Sarney mostrou, aos 89 anos, sabedoria, sensatez, serenidade, visão e equilíbrio.Uma aula de política e história para os leitores do jornal.
; Edson de Castro
Presidente do Sindivarejista

; Muito bem colocada a entrevista (18/5) do ex-presidente José Sarney, pois discorreu com certa lucidez algumas considerações positivas. Mas, lamentavelmente, passando a limpo, só para lembrar. Em 1980, quando Lula foi preso pela ditadura militar por liderar uma greve de metalúrgicos no ABC Paulista, Sarney era um dos principais apoiadores no Senado. Com a morte de Tancredo, Sarney assumiu a Presidência e comandou o país durante a redemocratização, entre 1985 e 1990. Durante o mandato, o maranhense foi alvo de vários ataque de Lula, que seria um dos candidatos a sua sucessão. Em 1986, Lula disse que Sarney não faria a reforma agrária, pois era grileiro no estado do Maranhão e não iria querer entregar as terras que tomou de posseiros. Em 2009, quando Sarney foi acusado de nomear parentes por atos secretos, Lula disse que o maranhense ;tinha história no Brasil suficiente para que não seja tratado como se fosse uma pessoa comum;. No ano seguinte, Sarney devolveu o agrado durante a cerimônia de inauguração de um trecho da Ferrovia Norte-Sul. ;Assisti à história como protagonista e como expectador, mas nunca vi um presidente como Lula da Silva. Agradeço a sorte de terminar os anos que me restam na política ao lado de Lula, que transforma o Brasil;, disse. Encurtando a trajetória política do ex-presidente Sarney, com a devida vênia, foi um político como uma navalha bem fiada, pois cortava dos dois lados nos meandros da política nacional. No entanto, na entrevista ao jornal, lamentou profundamente o que acontece com Lula e o que aconteceu recentemente com Temer, enfatizou que ambos estão sendo injustiçados. Nas entrelinhas, quis dizer que a Justiça está errada, que os dois ex-presidentes não macularam a pátria. Senhor Sarney, bem peculiar se fazer de dissimulado. Fica melhor assim: Lula, sou seu amigo, estou triste com seu encarceramento, bem como do Temer!
; Renato Mendes Prestes,
Águas Claras

Conchavo
O presidente Bolsonaro não precisava se desgastar ao dizer que para governar o país é preciso fazer conchavo com o Congresso. Todo cidadão de bem de todo o país sabe dessa verdade institucionalizada pelos governos anteriores. É uma verdade difícil de ser exorcizada, pois tem apoiadores, inclusive do jornalismo, sem compromisso com os fatos. Dão espaço a ideias de governantes anteriores que sempre usaram desta prática, mas nada fizeram pelo Brasil, a não ser se locupletarem e, ainda, se acham no direito de criticar o governo atual, alimentando outras forças que o impedem de governar. O Legislativo começa a entender que este é um novo governo, sem toma lá dá cá e, por isso, tomam para si o orçamento, planejam o parlamentarismo branco que não passa de um golpe para inviabilizar e tomar para si tarefas que sempre foram do Executivo.
; Ismailda G. Pacheco,
Águas Claras

Bolsonaro
Com o título ;Centrão e a hipertrofia do Legislativo;, a coluna Visto, Lido e Ouvido (18/5) teceu alguns comentários sobre a situação da política brasileira. Quando diz que o Legislativo, ao longo de sua história, tem sido a causa e a solução das crises institucionais, acertou na mosca, mas quando diz que Bolsonaro não se preparou para o cargo, desconhece a trilha política de alguém que chegou pelo baixo clero e se tornou presidente da República. Acompanho o dia a dia desse político, por privar de sua amizade, desde o primeiro dia de sua chegada a Brasília. O acompanhei em um almoço, quando Enéas estava se preparando para ser candidato a presidente e o queria como vice; convite esse que ele não aceitou, por achar que ainda não estava preparado. Quando da reeleição de Dilma, ele colocou seu nome à disposição do partido (PP), para ser indicado como candidato, mas o PP fez coligação com o PT, o que o fez sair do partido. Naquela época, perguntei ele se poderia ganhar; a resposta foi que não, mas tinha prova de todas as falcatruas cometidas no governo dela e ajudaria a fazê-la perder, senão para ele, para um outro candidato, mas tiraria o PT do governo. Finalmente, nas últimas eleições, todos sabem do resultado. Ela diz, também, que ele chegou ao governo quase que de maneira improvisada e montou um governo de pessoas sem expertises comprovadas em administração pública. Vou usar uma frase de Ruy Barbosa para comentar esse item: ;De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver se agigantarem os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto;. Creio que é preciso conhecer o curriculum dos membros escolhidos para a atual equipe de governo para verificar se tem ou não capacidades administrativas. Bolsonaro fez campanha dizendo que não faria acordos espúrios, o que, infelizmente era praxe, e por isso tem dificuldade em aprovar os seus projetos. Ele tem defeitos? Claro que tem, mas façam uma relação das qualidades e defeitos de seus antecessores e comparem com as dele.
; Ruy Telles,
Brasília