postado em 04/08/2020 18:40
As
explosões que deixaram
ao menos 50 mortos e 2.750 feridos em Beirute, nesta terça-feira (4/8), atingiram o Líbano em um momento delicado. O país atravessa sua pior crise econômica em décadas, marcada por depreciação monetária sem precedentes, hiperinflação, demissões em massa e restrições bancárias drásticas, que alimentam há vários meses o descontentamento social.
Além disso, há uma semana, após meses de relativa calma, Israel disse que frustrou um ataque "terrorista" e abriu fogo contra homens que cruzaram a "Linha Azul" entre o Líbano e Israel. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu,
atribuiu a infiltração ao Hezbollah, um movimento armado pró-iraniano muito influente no sul do Líbano e que o Estado judeu considera como seu inimigo.
O Hezzbollah — que
negou qualquer envolvimento com as explosões desta terça-feira —, aliás, está no centro de um outro cenário delicado para os libaneses. Em 14 de fevereiro de 2005, um atentado com uma caminhonete carregada de explosivos atingiu o comboio do ex-primeiro-ministro Rafik Hariri, matando-o com outras 21 pessoas e ferindo mais de 200. Na sexta-feira (7/8), o Tribunal Especial do Líbano (STL), com sede na Holanda, deve emitir seu veredicto no julgamento de quatro homens, todos suspeitos de serem membros do Hezbollah, acusado de participar do assassinato de Hariri.
Explosões
As explosões, que puderam ser ouvidas até em países vizinhos, ocorreram na área portuária e, conforme uma autoridade de segurança libanesa, podem estar ligadas a "materiais explosivos" confiscados e armazenados em um armazém "por anos".
Nas redes sociais, moradores publicaram vídeos das explosões e do impacto delas, e relataram terem sentido os prédios tremerem. Um outro libanês comparou as explosões ao ataque com bomba atômica em Hiroshima, no Japão.
Brasil
Com informações da Agência France-Presse
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.