Correio Braziliense
postado em 04/08/2020 16:10
As explosões que sacudiram nesta terça-feira (4/8) o porto de Beirute, no Líbano, deixaram 50 mortos e 2.750 feridos, segundo estimativas preliminares anunciadas pelo ministro da Saúde, Hamad Hassan.
"É uma catástrofe em todos os sentidos do termo", lamentou Hassan, em declarações a várias emissoras de televisão após visitar um hospital na capital libanesa. "Os hospitais da capital estão todos cheios de feridos", acrescentou, pedindo que os outros feridos sejam transferidos para estabelecimentos nos subúrbios da cidade.
Antes, o diretor da Segurança Geral, Abbas Ibrahim, havia dito que as explosões poderiam ter sido causadas por "materiais altamente explosivos confiscados há anos", mas acrescentou que uma investigação determinará a "natureza exata do incidente".
No entanto, os responsáveis terão que "prestar contas", disse o primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, que pediu ajuda aos "países amigos" do Líbano.
"Faço um apelo urgente a todos os países amigos e irmãos que amam o Líbano que se coloquem do nosso lado e nos ajudem a curar nossas feridas profundas", acrescentou.
O grupo Hezzbollah negou qualquer participação nas explosões. O incidente ocorre .
As explosões foram ouvidas em vários bairros da cidade e até em países vizinhos. Segundo um autoridade da segurança libanesa, elas podem estar ligadas a "materiais explosivos" confiscados e armazenados em um armazém "por anos".
Impactos
Janelas e vitrines de muitos prédios e lojas quebraram nos arredores. Vídeos postados nas redes sociais mostram uma primeira explosão seguida de uma outra que provoca uma gigantesca nuvem de fumaça.
"Os prédios estão tremendo", tuitou um morador da cidade, dizendo que "todas as janelas do (seu) apartamento explodiram". "Senti como se fosse um terremoto e depois uma enorme explosão que quebrou todos os vidros. Senti que foi mais forte do que a explosão do assassinato de Rafic Hariri" em 2005, provocada por uma caminhonete carregada de explosivos, declarou à Agência France-Presse uma libanesa no centro de Beirute.
O libanês José Carlos, de 40 anos, que atua como guia turístico em Beirute há sete anos, relatou ao Correio um cenário catastrófico na capital, após a imensa cortina de fumaça se dissipar. Segundo o morador, por volta das 18h — 12h no horário de Brasília —, ele sentiu o prédio em que estava tremer. “Houve uma enorme explosão. Eu senti no meu peito enquanto a casa tremia por toda a parte. De repetente, logo após a primeira, houve uma segunda explosão”, disse.
Brasil
Ao Correio, Hanna Mtanios, o cônsul honorário do Líbano em Goiás, definiu o momento como de “muitas incertezas". "A insegurança é geral", avalia.
A comunidade libanesa no Brasil é maior que a população do Líbano. Os intensos processos migratórios fixaram de 7 a 11 milhões de libaneses e descendentes no Brasil. Por outro lado, no Líbano, a população é de 6,8 milhões de pessoas. Só no estado de Goiás, o Consulado estima a presença de cerca de 300 mil em diversos municípios do estado, inclusivo no Entorno, além do Distrito Federal.
Segundo o Itamaraty, .
Com informações da Agência France-Presse
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