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Libaneses contam experiência após explosão em Beirute: ''Prédios tremendo''

Impactos das explosões foram sentidos em diversos pontos da capital libanesa e ouvidos até em países vizinhos

Moradores de Beirute, no Líbano, relataram os impactos da duas fortes explosões sucessivas que atingiram a cidade nesta terça-feira (4/8). As explosões, que, de acordo com o ministro da Saúde, Hamad Hassan, deixaram aomenos 50 mortos e 2.750 feridos, foram sentidas em diversos pontos da capital libanesa e ouvidas até em países vizinhos

"Os prédios estão tremendo", tuitou um morador da cidade, dizendo que "todas as janelas do (seu) apartamento explodiram". "Senti como se fosse um terremoto e depois uma enorme explosão que quebrou todos os vidros. Senti que foi mais forte do que a explosão do assassinato de Rafic Hariri" em 2005, provocada por uma caminhonete carregada de explosivos, declarou à Agência France-Presse uma libanesa no centro de Beirute. 
 
O libanês José Carlos, de 40 anos, que atua como guia turístico em Beirute há sete anos, relatou ao Correio um cenário catastrófico na capital, após a imensa cortina de fumaça se dissipar. Segundo o morador, por volta das 18h — 12h no horário de Brasília —, ele sentiu o prédio em que estava tremer. “Houve uma enorme explosão. Eu senti no meu peito enquanto a casa tremia por toda a parte. De repetente, logo após a primeira, houve uma segunda explosão”, disse. 

Janelas e vitrines de muitos prédios e lojas quebraram nos arredores. Vídeos postados nas redes sociais mostram uma primeira explosão seguida de uma outra que provoca uma gigantesca nuvem de fumaça.
 
 

As explosões ocorreram na área portuária e, conforme uma autoridade de segurança libanesa, podem estar ligadas a "materiais explosivos" confiscados e armazenados em um armazém "por anos". 

Georges Kettaneh, presidente da Cruz Vermelha Libanesa, se referiu a "centenas de feridos" em um comunicado na televisão libanesa LBC. "Estamos sobrecarregados pelos telefonemas", disse ele.
 
 

A área portuária foi isolada pelas forças de segurança, que só permitem a passagem de agentes da defesa civil, o balé de ambulâncias com suas sirenes e caminhões de bombeiros.

Nas proximidades do distrito portuário, os danos e a destruição são enormes. A mídia local transmitiu imagens de pessoas presas em escombros, algumas cobertas de sangue.

De acordo com os correspondentes da AFP, muitos residentes feridos andam nas ruas em direção a hospitais. No bairro de Achrafieh, os feridos correm para o Hôtel Dieu. Em frente ao centro médico de Clémenceau, dezenas de feridos, incluindo crianças, às vezes cobertas de sangue, esperavam para serem admitidos. 
 
O grupo Hezzbollah negou qualquer participação nas explosões. O incidente ocorre .
 

Brasil 

No Brasil, o cônsul honorário do Líbano em Goiás, Hanna Mtanios, . "A insegurança é geral", avalia. 
 
A comunidade libanesa no Brasil é maior que a população do Líbano. Os intensos processos migratórios fixaram de 7 a 11 milhões de libaneses e descendentes no Brasil. Já no Líbano, a população é de 6,8 milhões de pessoas. Só no estado de Goiás, o consulado estima a presença de cerca de 300 mil em diversos municípios do estado, inclusivo no Entorno, além do Distrito Federal.  
 
Segundo o Itamaraty, . 

Rafik Hariri

Em 14 de fevereiro de 2005, um atentado com uma caminhonete carregada de explosivos atingiu o comboio de Rafik Hariri, matando-o com outras 21 pessoas e ferindo mais de 200.

A explosão causou chamas de vários metros de altura, quebrando as janelas dos prédios em um raio de meio quilômetro.
 
Com informações da Agência France-Presse