O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, denunciou nesta terça-feira uma tentativa de "organizar um massacre" em Minsk antes das eleições presidenciais, após a detenção de 33 "combatentes" russos de uma organização próxima ao Kremlin.
"A tentativa de organizar um massacre no centro de Minsk é evidente", afirmou durante seu discurso à nação, acusando a Rússia de "mentir" sobre as pessoas detidas porque "não contaram tudo".
Moscou afirmou após a detenção dos 33 membros do grupo militar privado Wagner que eles estavam em trânsito para outros destinos.
A organização foi acusada durante muitos anos de enviar mercenários para lutar em áreas nas quais a Rússia não deseja intervir oficialmente.
"São mentiras: sobre Istambul, sobre a Venezuela, África e Líbia. Estas pessoas confessaram, foram enviadas especialmente a Belarus", afirmou o presidente Lukashenko aos convidados e aos membros do Parlamento.
Também afirmou que "outra unidade" foi enviada ao sul do país: "Devemos caçá-la nas florestas e prendê-la", disse.
A detenção dos suspeitos aumentou ainda mais a tensão com a Rússia, o aliado histórico mais próximo de Belarus.
"Estão 25 anos atrasados, nós estamos voltados para o futuro, não deixaremos o país para eles. A independência é cara, mas vale o esforço", disse Lukashenko.
Aos 65 anos, 26 deles no poder, Lukashenko enfrenta uma mobilização sem precedentes em Minsk e no interior do país da oposição, que se reuniu ao redor de uma candidata surpresa de 37 anos, Svetlana Tikhanovskaya, que assumiu o lugar do marido, Serguei, na disputa presidencial após a detenção do cônjuge.