Segunda-feira, 27
Reino Unido em guerra contra a obesidade
O governo do Reino Unido anunciou um pacote de medidas para conter o avanço da obesidade entre os britânicos. Limitar os anúncios de fast-food, detalhar as calorias dos cardápios e andar de bicicleta por prescrição médica são algumas das ações previstas no plano, elaborado depois que um estudo apontou o acúmulo de gordura corporal como um agravante da covid-19. “É fundamental que tomemos medidas para melhorar a saúde de nossa nação e proteger o NHS”, declarou o ministro da Saúde, Matt Hancock, em referência ao sistema nacional de saúde britânico. As medidas incluem, entre outras, a proibição de comerciais na televisão e publicidade on-line de comida não saudável antes das 21h, assim como a obrigação de restaurantes e redes de delivery com mais de 250 funcionários a informarem o número de calorias em seus menus. Além disso, os supermercados terão que acabar com os descontos em comidas não saudáveis e não poderão colocar esses produtos “em locais importantes de seus estabelecimentos, como na frente das caixas registradoras ou na entrada”. No Reino Unido, 63% dos adultos estão acima de um peso considerado saudável, com 36% em sobrepeso e 28% obesos, segundo dados do governo.
Terça-feira, 28
Brasil tinha lagarto há 130 milhões de anos
Remanescentes fósseis de uma nova espécie de lagarto que viveu mais de 130 milhões de anos atrás foram encontrados no norte de Minas Gerais. O espécime foi nomeado Neokotus sanfranciscanus e é o representante mais antigo da ordem Squamata já encontrada na América do Sul. Trata-se do maior grupo de répteis, compreendendo lagartos, cobras e anfisbaenianos (lagartos de minhoca). A descoberta mostra que lagartos estavam presentes no continente pelo menos 20 milhões de anos antes do que foi registrado anteriormente e sugere que os primeiros squamates da América do Sul faziam parte de uma distribuição global muito mais ampla, em contraste com os altos níveis de endemismo (confinamento a certas regiões geográficas) característico das espécies modernas. O fóssil foi descrito em um artigo publicado na Communications Biology. O estudo foi liderado por Jonathas Bittencourt, que foi bolsista de pesquisa de pós-doutorado pela Fapesp e atualmente é professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Cientistas ressuscitam micróbios milenares
Cientistas conseguiram despertar micróbios de 100 milhões de anos, que estavam sob o oceano, em um lugar pouco propício para a vida. Os resultados do estudo, publicados na revista Nature Communications, revelam as assombrosas capacidades de uma das formas de vida mais primitivas surgidas na Terra, capazes de sobreviver durante dezenas de milhões de anos quase sem oxigênio ou nutrientes, e voltar à vida em um laboratório. As amostras de antigos sedimentos foram recolhidas há 10 anos, quando uma expedição científica explorou as profundezas do Oceano Pacífico. A equipe de pesquisa, dirigida pela agência japonesa de ciência e tecnologia submarina, escolheu o giro subtropical do Pacífico sul, a zona menos ativa de todo o oceano, pois carece de nutrientes, e portanto, muito pouco propícia à vida. Os cientistas puseram as amostras em incubação para ajudar os micróbios a saírem de sua letargia.
Quarta-feira, 29
Mistério das pedras de Stonehenge revelado
Há séculos, Stonehenge, monumento do período neolítico localizado no sul da Inglaterra, intriga historiadores e arqueólogos. Os mistérios são muitos, a começar pela origem de suas imponentes rochas de arenito. Uma pesquisa, publicada na revista Science Advances, tem tudo para encerrar pelo menos esse dilema. Segundo o estudo, conduzido por David Nash, professor da Universidade de Brighton, a maioria das pedras gigantes parece ter uma origem comum a 25 quilômetros, em West Woods, uma região repleta de atividade pré-histórica. A descoberta dá suporte à teoria de que os megálitos foram levados a Stonehenge mais ou menos na mesma época: 2.500 a.C., a segunda fase de construção da estrutura. Esse pode ser um sinal de que seus responsáveis eram de uma sociedade altamente organizada. Por outro lado, a novidade contradiz uma hipótese mais antiga de que uma das rochas grandes, a Heel Stone, veio de uma área vizinha ao local e foi erguida antes das outras.
Quinta-feira, 30
Mais água doce no Oceano Ártico
As mudanças climáticas estão gerando quantidades crescentes de água doce no Oceano Ártico, alertam cientistas da Universidade do Colorado, em Boulder, em um estudo divulgado na revista Geophysical Research Letters. Segundo eles, nas próximas décadas, o fenômeno pode atrapalhar as correntes oceânicas e afetar as temperaturas no norte da Europa. Para chegar à conclusão, a equipe examinou resultados de um conjunto de modelos realizados a partir de 1920 e considerou projeções até 2100. Eles perceberam que, desde os anos de 1990, o Oceano Ártico registra aumento de 10% de água doce em sua composição. Se o fenômeno continuar nesse ritmo, a rotação do oceano poderá ser interrompida de forma mais permanente. Isso mitigaria os impactos do aquecimento global durante o inverno no norte da Europa por um tempo, mas a interrupção das correntes oceânicas pode ter efeitos negativos a longo prazo no clima e nos ecossistemas do Atlântico Norte.