A China acusou o governo dos Estados Unidos, nesta quinta-feira (30/7), de buscar eliminar a Huawei "por todos os meios", após uma advertência americana ao Brasil sobre a possibilidade de permitir que o grupo chinês de telecomunicações forneça equipamentos de tecnologia 5G ao país.
"Os Estados Unidos estão muito apegados à equanimidade e à reciprocidade", disse o porta-voz da diplomacia chinesa, Wang Wenbin.
"Mas, de fato, quando as empresas de outros países se tornam dominantes, a classe política americana inventa desculpas e utiliza o poder do Estado para eliminá-las por todos os meios", completou Wang.
A Huawei é considerada a líder mundial do 5G, uma nova norma de tecnologia móvel que revolucionará a Internet e que deve ter sua instalação acelerada.
Por suspeitar de que o grupo atua em conivência com o governo de Pequim, e alegando riscos em termos de segurança cibernética, o governo de Donald Trump está aumentado a pressão sobre os aliados para que proíbam equipamentos da Huawei.
Em uma entrevista publicada na quarta-feira no jornal "O Globo", o embaixador americano no Brasil, Todd Chapman, ameaçou com "consequências", caso o país permita ao grupo chinês implantar sua tecnologia 5G em seu território.
Brasília pretendia lançar a licitação para o 5G este ano, com um enorme mercado de 212 milhões de habitantes, mas a crise da covid-19 adiou o calendário para 2021.
As "consequências" poderiam ser de ordem econômica, afirmou o embaixador americano.
O Reino Unido anunciou em meados de julho a decisão de eliminar de sua rede 5G todos os equipamentos produzidos pela Huawei, alegando riscos de segurança.