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Israel denuncia ação do Hezbollah

Governo de Benjamin Netanyahu relata tentativa de %u201Cinfiltração%u201D por parte de integrantes do movimento xiita libanês, que nega envolvimento em combates ocorridos na fronteira entre os dois países


O governo de Israel afirmou, ontem, ter frustrado uma tentativa de infiltração “de uma célula terrorista” na fronteira norte com o Líbano, numa referência ao movimento xiita Hezbollah. Militares israelenses relataram combates na região. Em uma declaração em hebraico, o Exército ressaltou que “terroristas avançaram alguns metros além da Linha Azul (separando Israel do Líbano) e as forças de segurança abriram fogo”.

O Hezbollah, classificado como grupo terrorista por Israel, negou as acusações do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. “Até agora, a resistência islâmica não participou de nenhum confronto, não abriu fogo durante os eventos do dia”, afirmou o grupo libanês, por meio de um comunicado. “Tudo o que a mídia inimiga relata sobre uma operação de infiltração no Líbano que teria sido frustrada ... é totalmente falso”, acrescentou.

Netanyahu, entretanto, aumentou o tom em relação ao movimento xiita e lançou uma advertência ao Líbano. “O Hezbollah e o governo libanês são responsáveis por qualquer ataque que saia do território (do país)”, declarou o primeiro-ministro. “O Hezbollah brinca com fogo, nossa reação será forte.”

Antes do pronunciamento do premiê, Jonathan Conricus, porta-voz do Exército israelense, abordou a questão. “Conseguimos frustrar, com sucesso, uma tentativa de infiltração de uma célula terrorista em Israel”, disse Conricus, destacando que “teve a confirmação visual de que os terroristas retornaram ao Líbano”.

Área em disputa

Conricus, num primeiro momento, informou, em uma rede social, que combates estavam ocorrendo na região do Monte Dov, em referência a uma encosta do Monte Hermon, há muito reivindicada pelo Líbano, que chama a área de fazendas Shebaa.

Correspondentes da agência de notícias France Presse (AFP), em ambos os lados da fronteira, relataram explosões. Colunas de fumaça podiam ser vistas na região, segundo a AFP.

A Unifil, a força de paz da ONU no sul do Líbano, pediu o máximo de contenção”, após os relatos de confrontos na fronteira, especificando em um breve comunicado que os disparos haviam cessado. As Nações Unidas consideram que essa área faz parte das Colinas de Golã sírias, ocupadas por Israel desde 1967.

Os incidentes de ontem ocorrem no dia seguinte à queda de um drone israelense no Líbano e após o fortalecimento da presença de forças de Netanyahu na fronteira, em um cenário de tensões cada vez mais elevadas com o Hezbollah, muito presente no sul do país vizinho.

Na semana passada, o Exército israelense informou ter elevado seu nível de preparação ‘contra várias ações inimigas em potencial”. Israel está tecnicamente em guerra com os vizinhos Síria e Líbano. O Hezbollah e o Irã, outro inimigo de Israel, apoiam militarmente o regime de Bashar al-Assad, que enfrenta uma guerra desde 2011.