A tensão entre China e Estados Unidos, já alimentada pelas disputas comerciais e pelas acusações mútuas sobre a origem da pandemia da COVID-19, tem aumentado nas últimas semanas, após a imposição da lei de segurança nacional em Hong Kong por parte de Pequim.
Além disso, a decisão de encerrar a missão diplomática chinesa em Houston partiu do presidente Donald Trump, em meio a acusações mútuas de espionagem dignas da Guerra Fria. Na sexta-feira, a China respondeu na mesma moeda e ordenou o fechamento do consulado norte-americano em Chengdu, cidade com 16,5 milhões de habitantes.
Fotos e tensão
Neste domingo, um grande fluxo de curiosos se aglomerou em frente ao consulado para tirar uma foto, em meio às famílias que passeavam com seus filhos. Nas proximidades do edifício, eram observados por um importante dispositivo de segurança, segundo alguns jornalistas da AFP.
Uma certa tensão era perceptível entre os agentes de segurança, que não permitiram qualquer gesto provocativo, ou sinal de alegria excessiva, antes da partida dos norte-americanos.
Uma pessoa que parecia entoar um canto nacionalista foi rapidamente abordada e obrigada a ficar em silêncio, segundo um vídeo divulgado nas redes sociais. No sábado, a insígnia norte-americana foi retirada e um ônibus de vidros escuros foi visto neste domingo deixando o recinto diplomático, sob as vaias do público.
"Resposta legítima"
Além da embaixada em Pequim, os Estados Unidos contam com outros cinco consulados na China continental (Cantão, Xangai, Shenyang, Chengdu e Wuhan) e uma em Hong Kong. Inaugurado em 1985, o consulado em Chengdu cobre todo sudoeste da China, incluindo a região autônoma do Tibete.
Saiba Mais
Em 2013, a China já havia pedido explicações aos Estados Unidos, depois da publicação na imprensa de um mapa, divulgado pelo então analista de Inteligência da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) Edward Snowden, mostrando os lugares de espionagem norte-americana pelo mundo. O consulado de Chengdu estava entre eles.