O pedido de exumação foi feito por Enrique Alfredo Fleitas, que alega ser filho do paraguaio, e contou com o aval de Graciela Concepción Stroessner Mora. Única herdeira viva do ditador, Graciela concordou com a exumação do cadáver do pai.
Por determinação da Justiça, o cemitério Campo da Esperança deverá informar a localização do túmulo às autoridades e apresentar informações sobre o andamento dos trabalhos. A análise ficará a cargo do Instituto de Pesquisa de DNA da Polícia Civil do DF.
O Estadão tentou entrar em contato com a defesa de Enrique Alfredo Fleitas, mas não obteve resposta até a publicação deste texto.
Alvo de pedidos de extradição e de denúncias de crimes políticos e contra os direitos humanos, Stroessner se exilou no Brasil em 1989. Em 2006, morreu aos 93 anos em Brasília, após se submeter a uma cirurgia para tratar uma hérnia e ter o quadro clínico piorado por conta de uma pneumonia.
Governo
Stroessner alcançou a patente de general-de-divisão do Exército em 1954, aos 42 anos, e liderou em seguida o golpe que destituiu o então presidente Federico Chávez. Por meio de processos eleitorais viciados, foi reeleito presidente do Paraguai por oito vezes sucessivas, tornando-se o segundo governante que exerceu o poder por mais tempo na América Latina, atrás do cubano Fidel Castro.Manteve estreitas relações com os EUA e foi acusado de abrigar ex-nazistas, enriquecer por meio de corrupção e tolerar atividades de contrabando durante a ditadura paraguaia.
No ano passado, a descoberta de três crânios e outros restos humanos enterrados no banheiro de uma mansão do general Stroessner chocou o Paraguai, onde as autoridades investigam se correspondem a corpos dos mais de 400 desaparecidos da mais longa ditadura da América do Sul.