O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, reúne-se nesta terça-feira (21/7), em Londres, com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, cuja relação com a China foi tensionou recentemente por suas críticas à intervenção de Pequim em Hong Kong e por decidir abrir mão da Huawei para sua rede 5G.
Nos últimos meses, Londres tem aproximado suas posições às de Washington, dando um giro de 180º a respeito da gigante chinesa de telecomunicações Huawei.
"Estamos felizes", disse Pompeo à imprensa na semana passada, elogiando a decisão de Boris Johnson.
Já Pequim acusou Londres de ter-se deixado "enganar" pelos americanos.
Parece distante agora a idade de ouro prometida pelo então ministro das Finanças britânico George Osborne para as relações China-Reino Unido, durante uma visita a Pequim em 2015.
Londres causou um enorme mal-estar na China, ao oferecer acesso facilitado à nacionalidade britânica a quase 3 milhões de residentes de Hong Kong, em resposta à lei de segurança nacional imposta no mês passado por Pequim a esta ex-colônia britânica.
Os britânicos foram além. Ontem, suspenderam o tratado de extradição com Hong Kong e estenderam a seu território o embargo sobre as armas - que já é aplicado à China continental -, considerando que Pequim está violando os termos do tratado assinado com Londres em 1997, por ocasião da retrocessão de Hong Kong.
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Washington, por sua vez, eliminou o status comercial preferencial de que a ex-colônia gozava em função de sua autonomia; restringiu vistos para autoridades chinesas acusadas de "questionar" a autonomia do território e interrompeu a venda de equipamentos de defesa sensíveis para Hong Kong.
Além de Johnson, Pompeo também se reunirá com o ministro britânico das Relações Exteriores, Dominic Raab; com o ex-governador de Hong Kong Chris Paatten; e com Nathan Law, um importante ativista do movimento de reformas pró-democracia de Hong Kong, que atualmente reside em Londres.
O governo britânico afirma que excluiu a Huawei, depois que os Estados Unidos impuseram sanções contra a gigante chinesa em maio para cortar o acesso da Huawei a semicondutores fabricados com componentes americanos.
Para o secretário Pompeo, o verdadeiro motivo é outro: "Eu realmente acredito que eles fizeram isso, porque sua equipe de segurança chegou à mesma conclusão que nós".
"As informações que passam por essas redes de origem chinesa certamente acabarão nas mãos do Partido Comunista Chinês", completa.
A Huawei rejeita categoricamente essas acusações.