O veículo transporta uma equipe de triagem da COVID-19 que realiza testes gratuitos para impedir a propagação do vírus mortal.
"Um dos braços das estratégias bem-sucedidas do mundo é testar, identificar pessoas e isolá-las para que não contaminem outras", disse à AFP o ministro da Saúde, Víctor Zamora, na inauguração do serviço no país.
Zamora destacou a importância da nova estratégia em Lima, onde vivem 10 milhões de pessoas e concentra 70% das infecções no país.
"Depois de várias semanas nas quais vimos casos aumentarem, como no resto da América Latina, estamos vendo uma diminuição lenta, mas progressiva, de casos em todo o país", afirmou.
O "Coronamóvel" é uma van branca com placas nas laterais e no teto, que vai circular por San Borja, um distrito de classe média com 115.000 habitantes. A localidade é lar de muitos aposentados e tem como prefeito o ex-ministro da Saúde e ex-árbitro da FIFA Alberto Tejada.
O ministro Zamora foi um dos primeiros a fazer um teste sorológico, que deu negativo.
"Aproximar-se das pessoas é fundamental, porque é difícil ir às unidades de saúde no Peru por causa das distâncias", disse o ministro.
Com os resultados em mãos e sabendo onde os infectados vivem, fica mais fácil para a autoridade municipal acompanhar a evolução e isolar a população infectada.
O "Coronamóvel" identificará casos suspeitos e contará com equipes de resposta rápida, diagnóstico e tratamento precoce, segundo o município.
O método surge como uma ferramenta-chave dez dias após o fim do confinamento nacional obrigatório de três meses e meio e diante de preocupações com um novo surto.
O governo peruano ainda mantém sete regiões do país confinadas por serem focos de infecção, onde vivem mais de seis milhões dos 33 milhões de peruanos.
O país continua sob toque de recolher noturno e com as fronteiras fechadas até pelo menos 31 de julho.
A possibilidade de recuo não foi descartada após a retomada do transporte público em 1º de julho e reabertura gradual do comércio para socorrer a economia.
O Peru registra 319.646 casos de COVID-19 e é o segundo país da América Latina com mais infecções, depois do Brasil, e o terceiro em mortes.