Considerado um potencial candidato às eleições presidenciais da Coreia do Norte em 2022, o prefeito de Seul, Park Won-soon, foi encontrado morto, ontem, numa área próxima à sua residência. Horas antes, segundo informações de meios de comunicação, ele havia sido acusado de assédio sexual por uma funcionária da prefeitura. A suspeita é a de que Park tenha cometido suicídio.
O corpo do prefeito, de 64 anos, foi localizado pela polícia nas imediações de um restaurante no Monte Bugak, ao norte da capital sul-coreana, ao fim de uma busca realizada por centenas de policiais, acionados pela filha de Park. Segundo ela, o pai saiu de casa depois de dizer o que soou como suas “últimas palavras”.
O telefone de Park estava desligado, mas os investigadores conseguiram encontrar o corpo do prefeito guiados pelos últimos sinais emitidos pelo aparelho. Segundo a polícia, nenhuma carta foi encontrada no local, mas a agência de notícias Yonhap informou que ele pode ter se matado.
Park, uma figura importante no Partido Democrata, de centro-esquerda, e governava Seul, cidade que abriga um quinto da população nacional, há quase uma década. Era muito popular na comunidade, que se indignou com a denúncia da ex-secretária, que relatou ter sido vítima de agressão sexual nos últimos três anos.
A acusação se tornou ainda mais chocante pelo fato de que Park, potencial candidato a suceder o presidente Moon Jae-in, era um político conhecido por suas ações públicas em defesa dos direitos das mulheres. Ele, inclusive, foi um entusiasta da campanha Me Too, iniciada nos Estados Unidos e que ganhou o mundo contra o combate ao assédio sexual.