A mitigação do impacto econômico da covid-19 entrou na agenda de campanha de Joe Biden. Na tarde de ontem, o democrata anunciou um plano de recuperação financeira gigantesco, estimado em US$ 700 bilhões (cerca de R$ 3,7 trilhões). “Donald Trump acredita que colocar americanos contra americanos o beneficiará. Eu não. Nós temos uma crise sanitária e econômica, uma crise de justiça racial, uma crise climática. Precisamos nos unir para resolvê-las, como americanos”, declarou Biden, durante visita a uma fábrica de Dunmore, na Pensilvânia — estado-chave para derrotar o republicano em 3 de novembro. “Esse é o nosso momento para imaginarmos e construirmos uma nova economia para nossas famílias e nossas comunidades. Uma economia onde todo americano tem uma chance de obter um retorno justo por seu trabalho. Uma chance igual para seguir adiante”, acrescentou. Ele prometeu investir US$ 300 bilhões em pesquisa e desenvolvimento, a fim de criar 3 milhões de empregos.
O plano de Biden combina a injeção de recursos na indústria nacional e em pesquisa, a independência em relação aos fornecedores estrangeiros, assistência a pequenas empresas e uma maior liberdade para os trabalhadores ingressarem em um sindicato. Segundo a equipe do democrata, o plano também exige “a maior mobilização de investimentos públicos em abastecimento, infraestrutura, pesquisa e desenvolvimento desde a Segunda Guerra Mundial”. Biden pretende lançar um estudo sobre as fragilidades da cadeia de abastecimento em setores como o de produção de equipamentos médicos.
Em 2016, a vitória de Trump se baseou em parte na promessa de reviver a atividade industrial do país depois de ondas de realocação de manufaturas, da renegociação de acordos comerciais internacionais que o presidente afirmava serem desfavoráveis aos Estados Unidos.