"Defenderemos este caso com vigor para que nossos estudantes internacionais - e estudantes internacionais de instituições de todo país - possam continuar seus estudos sem a ameaça da deportação", afirmou o presidente de Harvard, Lawrence Bacow, em um comunicado.
O processo conjunto foi aberto em um tribunal de Boston, Massachusetts, e tenta bloquear temporariamente a decisão da agência que controla a imigração para o país, a ICE.
- "Crueldade" -
Saiba Mais
Harvard anunciou que os cursos do ano acadêmico que começa em setembro serão virtuais, devido à pandemia de coronavírus. Nos Estados Unidos, já são quase três milhões de infectados e mais de 130.000 mortos.
Na terça-feira, o presidente Trump chamou a decisão de "ridícula".
Enquanto isso, o MIT oferecerá aulas presenciais apenas para um número muito limitado de estudantes, já que os jovens no campus deverão se submeter a testes de diagnóstico pelo menos duas vezes por semana e ter seu próprio dormitório.
A decisão do governo dos EUA de revogar os vistos "veio sem aviso prévio, e sua crueldade é perdida apenas por sua irresponsabilidade", disse o presidente de Harvard.
"Parece que foi planejado de propósito para pressionar as universidades a abrirem seus campi para aulas presenciais neste outono, ignorando preocupações com a saúde e com a segurança de estudantes, professores e outros", acrescentou Bacow.
Cerca de 5,5% dos estudantes das universidades americanas são estrangeiros, e muitas instituições dependem fortemente de suas matrículas.
Harvard e o MIT têm juntos cerca de 35.000 alunos. Destes, aproximadamente 9.000 são estrangeiros.
Na segunda-feira, o ICE anunciou que os estudantes que já se encontram nos Estados Unidos e têm cursos universitários on-line "devem deixar o país, ou tomar outras medidas, como se matricular em uma escola com cursos em sala de aula para manter seu status legal".
Caso contrário, correm o risco de serem submetidos a processos de deportação.
- Pressão para reabrir -
Trump, que busca um novo mandato nas eleições de 3 de novembro, está pressionando o país a retomar as atividades normais para revitalizar a economia - ainda que a pandemia não esteja sob controle.
"AS ESCOLAS DEVEM ABRIR NO OUTONO!" (primavera no Brasil), tuitou na segunda-feira.
O presidente disse hoje também em sua conta no Twitter que não concorda com as medidas "muito rigorosas e caras" lançadas pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) para reabrir escolas e anunciou que se reunirá com sua hierarquia.
Além disso, afirmou que em vários países europeus "as escolas estão abertas sem problemas" e ameaçou de cortar os subsídios federais dos legisladores democratas, a quem ele acusa de querer manter as escolas fechadas até as eleições por motivações políticas.
Desde o início da crise da saúde, o presidente anunciou medidas contra os imigrantes. A luta contra a imigração é um das bandeiras de seu governo.
Em junho passado, Trump congelou até 2021 a emissão de "green cards", documento que oferece o "status" de residente permanente nos Estados Unidos, assim como determinados vistos de trabalho. Foram especialmente atingidos os vistos usados no setor de novas tecnologias, com o objetivo declarado de reservar empregos para os americanos.