Mundo

Asfixia financeira


Ao romper com a Organização Mundial da Saúde (OMS) em plena pandemia, o presidente americano Donald Trump priva a agência de parte essencial de seu magro orçamento e coloca em perigo os programas de saúde nos países mais pobres. Os Estados Unidos são o principal contribuinte da instituição multilateral criada em 1948 e sediada em Genebra (Suíça). A OMS é uma enorme máquina de 7 mil funcionários presentes em todo o mundo, que dependem dos créditos concedidos por parte dos 194 Estados-membros.

Com uma verba de US$ 2,8 bilhões por ano (US$ 5,6 bilhões para o período bienal 2018/2019), a OMS tem “o orçamento de um hospital de porte médio em um país desenvolvido”, afirmou recentemente o diretor-geral do organismo, Tedros Adhanom Ghebreyesus. Washington — com US$ 893 milhões concedidos para o período 2018/2019, ou seja 15% do orçamento da OMS — é o maior doador, à frente da Fundação Bill e Melinda Gates, principal contribuinte privado; da Aliança para a Vacinação Gavi; do Reino Unido e da Alemanha.

A contribuição americana se destina essencialmente à África e Oriente Médio. Quase um terço das contribuições ajudam a financiar ações de luta contra as emergências de saúde. O restante é destinado aos programas de erradicação da poliomielite, para melhorar o acesso aos serviços de saúde e à prevenção e luta contra as epidemias.