Mundo

China acusa Reino Unido de 'grave interferência' sobre Hong Kong

O governo do primeiro-ministro Boris Johnson anunciou na semana passada que oferecerá a parte dos residentes de Hong Kong um acesso mais fácil à cidadania britânica

O embaixador de Pequim em Londres acusou nesta segunda-feira (6/7) o Reino Unido de "grave interferência nos assuntos internos da China" por sua resposta a uma polêmica lei de segurança nacional aplicada em Hong Kong, ex-colônia britânica devolvida em 1997. 

 

O governo do primeiro-ministro Boris Johnson anunciou na semana passada que oferecerá a parte dos residentes de Hong Kong um acesso mais fácil à cidadania britânica, uma decisão que poderia preparar o caminho para que mais de três milhões de Hong Kong se instalem no Reino Unido. 

 

Mas o embaixador chinês em Londres, Liu Xiaoming, afirmou que Pequim expressou a "grave preocupação e forte oposição" à proposta, argumentando que o Executivo britânico não tem "nenhuma soberania, jurisdição ou direitos de supervisão sobre Hong Kong". 

 

"Estas medidas constituem uma grave interferência nos assuntos internos da China e pisam abertamente nas normas básicas que regem as relações internacionais", denunciou em uma entrevista coletiva.

 

A lei de segurança imposta na semana passada pretende reprimir atos de subversão, secessão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras.

 

E provocou forte inquietação em Hong Kong, um território de 7,5 milhões de habitantes, que vê assim criminalizados atos como os pedidos de independência.

 

Londres defende que devolução à China em 1997 aconteceu com base em um acordo destinado a preservar a autonomia e as liberdades do território durante 50 anos.

 

O porta-voz de Johnson reiterou nesta segunda-feira que nova lei é uma "clara e grave violação" da declaração conjunta China-GB de 1984 que rege o retorno de Hong Kong ao domínio chinês. 

 

Mas o ministro das Relações Exteriores, Dominic Raab, admitiu na semana passada que o Reino Unido pode ser impotente se a China atuar para evitar um grande êxodo. 

 

Liu disse que Pequim ainda está considerando que decisões tomar. "Temos que decidir nossas contramedidas de acordo com as ações reais adotadas pelo lado britânico", afirmou.