Por Jeff Wasserstrom
Autonomia destruída
“Eu, definitivamente, creio que haverá mais repressão. Não deveríamos relaxar em relação a isso, mesmo que não ocorra de imediato. As autoridades podem, por exemplo, aguardar um pouco e esperar que o mundo volte a atenção a outras direções, antes de realizar prisões de grande importância. Nesse ponto, a noção de que Hong Kong desfrutava de um ‘alto grau de autonomia’ prometido pela Lei Básica deve ser considerada destruída. A promessa de uma cidade que fosse amplamente capaz de seguir o próprio caminho até 2047 foi quebrada, três décadas depois da aprovação da Lei Básica. Agora, está claro que Xi Jinping pensa que somente a parte ‘um país’ de ‘um país, dois sistemas’ realmente importa.”
Historiador da Universidade da Califórnia - Irvine e autor de Vigil: Hong Kong on the brink (“Vigília: Hong Kong no limite”, pela tradução livre)
Por Eugene Perry Link
Um sinal de alerta
“Vejo as prisões como um sinal de alerta ao povo de Hong Kong. Uma dura ação no primeiro dia da Lei de Segurança Nacional emite a todos a mensagem ‘Nós estamos interessados nos negócios!’. Acho que a violência da repressão não somente continuará, como tende a aumentar. Os jovens sairão às ruas e entrarão em confronto com a polícia; ambos os lados poderão recorrer a ações violentas. A semiautonomia de Hong Kong não existe mais. Hong Kong ainda tem uma população cuja maioria, em seus corações, se opõe ao domínio de Pequim. No entanto, o controle de Pequim agora foi forçado sobre ela. E esse fato não mudará tão cedo.”
Professor de estudos sobre a China da Universidade da Califórnia (Ucla). Esteve envolvido na tradução dos “Arquivos de Tiananmen”, documentos secretos produzidos pelo governo chinês após o massacre de 1989