O número de casos de coronavírus (covid-19) em todo o mundo ultrapassou 10 milhões e continua crescendo nos Estados Unidos, com alguns estados revertendo o movimento de reabertura. Em termos globais, os EUA representam mais de 25% dos registros, segundo dados da Universidade Johns Hopkins.
Em todo o mundo, mais de 500 mil pessoas morreram de covid-19, sendo 125 mil nos EUA, seguido do Brasil (57.070) e do Reino Unido (43.634).
Ontem, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou as 24 horas que mais contabilizaram casos de covid-19 em todo mundo (mais de 189 mil novas contaminações), com o Brasil liderando este ranking (46,8 mil novos casos), seguido dos Estados Unidos (44,7 mil novos casos).
Os novos números fazem do atual momento o mais crítico para os EUA desde o começo da pandemia, pela primeira vez confirmando mais de 34 mil casos diários durante cinco dias consecutivos. Nas últimas 24 horas, as vítimas fatais da covid-19 no país totalizaram 508.
O Paraguai entrou em alerta após um aumento do número de casos de Covid-19 — coincidindo com a chegada do inverno —, com dois mortos e mais de duas centenas de infectados em um dia, a maioria em Ciudad del Este, na fronteira com o Brasil.
“Estes números representam uma bandeira vermelha para todos”, disse, ontem, o ministro da Saúde, Julio Mazzoleni. O Paraguai é o país com menor número de vítimas fatais da pandemia, totalizando 15. O número de infectados chega a cerca de 2 mil.
Mazzolino alertou para o desinteresse paulatino da população em manter os protocolos: “Ao vir para meu gabinete, reparei que metade das pessoas não usava máscara.”
As aglomerações são a principal forma de contágio, segundo autoridades sanitárias, que anunciaram 231 casos nas últimas 24 horas. A Igreja Católica (80% da população) celebrou missas, ontem, com as pessoas dentro de carros para preservar o distanciamento.
“Queremos dar uma resposta à necessidade dos fiéis de comunhão direta, o que não conseguem há 100 dias devido à pandemia”, disse o arcebispo de Assunção, monsenhor Edmundo Valenzuela. Os interessados em comungar acenderam os faróis e padres se aproximaram dos veículos, reunidos em um estacionamento do aeroporto internacional Silvio Pettirossi para uma missa.
Confinamento
As autoridades chinesas anunciaram o confinamento, ontem, para quase meio milhão de pessoas que vivem nos arredores da capital do país, Pequim. Desde meados de junho, a cidade é atingida por um novo surto de covid-19, descrito como “sério e complexo” pelo governo.
O país asiático havia praticamente contido a epidemia, mas o aparecimento de cerca de 300 novos casos na cidade, em pouco mais de duas semanas, alimentou o medo de uma segunda onda de contágios.
A prefeitura lançou uma grande campanha de diagnóstico, fechou escolas e pediu à população de Pequim que não deixe a capital. Também confinou milhares de pessoas que vivem em áreas residenciais consideradas de risco.
A partir de agora, apenas uma pessoa por família poderá sair, uma vez por dia, para comprar alimentos e remédios. O Ministério da Saúde chinês divulgou 14 novos casos em Pequim nas últimas 24 horas, elevando o total para 311 desde o início desse novo surto.
O epicentro foi detectado no mercado atacadista de Xinfadi, no sul da cidade. A seção de carne bovina e de cordeiro é apontada como responsável pelas infecções.
Carreata
Na Cidade do México, centenas de carros percorreram as ruas, ontem, para exigir a renúncia do presidente Andrés Manuel López Obrador, atendendo a uma nova convocação de grupos opositores que rejeitam as políticas e a gestão da pandemia do coronavírus.
Pelo menos 300 veículos e cerca de 30 motos e bicicletas aderiram à barulhenta carreata, que percorreu a Avenida Reforma, em uma convocação da Frente Nacional AntiAMLO (Frena) e outros grupos de oposição que, pela terceira semana consecutiva, demonstraram inconformidade com as políticas governamentais do presidente de esquerda, no cargo desde dezembro de 2018.
“Queremos que López Obrador renuncie, porque destruiu o país, um dos mais ricos do mundo. Não há mais tempo”, disse Guillermo García, um trabalhador de 59 anos que participou do protesto.
A carreata buscou expressar repúdio ao presidente mexicano, a quem acusam de pôr “em risco a soberania, a integridade e a independência” do país durante a emergência sanitária.
O protesto foi realizado um dia antes da reabertura parcial de restaurantes, hotéis, shopping centers e espaços esportivos ao ar livre na Cidade do México, depois que as autoridades reduziram o nível de alerta na vigilância epidemiológica por causa da pandemia.
O México, com 127 milhões de habitantes, registrou, até o sábado, 212.802 casos positivos de coronavírus e 26.381 mortes, segundo o balanço oficial.