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Governo próximo de remodelagem

Após esta bofetada eleitoral, tudo indica que Emmanuel Macron anunciará nos próximos dias uma ampla remodelação do governo que lhe permita chegar mais bem posicionado às eleições presidenciais de 2022. A grande incógnita é se esta mudança de gabinete será realizada pelo primeiro-ministro, apesar da vitória folgada ontem.

Além de carecer de ancoragem territorial sólida, para o cientista político da Science Po Gaspard Estrada, “os candidatos do partido governamental sofrem as consequências da impopularidade do mandatário”, desgastado pela revolta dos “coletes amarelos” e as longas greves contra a reforma da previdência.

Na cidade de Perpignan, perto da fronteira com a Espanha, venceu com folga o candidato de extrema direita Louis Aliot, ex-companheiro de Marine Le Pen, que obteve 54% dos votos.

Com a vitória nesta cidade de mais de 100 mil habitantes, Aliot conquistou para a ultradireita a maior cidade desde Toulon (1995-2001). “É uma mensagem excelente para o futuro”, disse Aliot ao comemorar a vitória.

Segundo consulta do instituto de pesquisas Ifop, se as eleições presidenciais fossem celebradas hoje, Macron estaria ombro a ombro com a candidata de ultradireita Marine Le Pen no primeiro turno, e venceria no segundo turno com 55%, 11 pontos a menos do que em 2017.

Para tentar virar a página rapidamente da debacle anunciada, Emmanuel Macron tem previsto discursar à nação, hoje, para responder às propostas feitas pela Convenção Cidadã sobre o Clima, uma assembleia de 150 cidadãos eleitos por sorteio para imaginar políticas ambiciosas contra as mudanças climáticas. Esta convenção será a “resposta à onda verde” de ontem, destacou a Presidência francesa.



55%
Estimativa de intenções de votos para Macron, no segundo turno das eleições presidenciais de 2022