O presidente da Rússia, Vladimir Putin, recordou nesta quarta-feira (24/6) o sacrifício soviético e a dívida que, segundo ele, o mundo ainda tem com a URSS 75 anos depois da derrota nazista, no início de um desfile militar dominado pelo patriotismo.
A poucos dias do referendo constitucional, que permitiria sua permanência no poder até 2036, Putin presidiu o desfile de 14 mil militares na Praça Vermelha de Moscou, que deveria ter acontecido no dia 9 de maio, mas foi adiado devido à epidemia do novo coronavírus.
"É difícil imaginar como seria o mundo se o Exército Vermelho não tivesse saído para defendê-lo", afirmou Putin.
Os soldados soviéticos "libertaram os países da Europa dos invasores, deram fim à tragédia do Holocausto e salvaram do nazismo, essa ideologia mortal, o povo da Alemanha", completou o presidente russo diante das tropas, com uniformes cerimoniais, mas sem máscara apesar da epidemia.
No discurso patriótico, mas conciliador, o chefe de Estado russo evitou críticas aos países ocidentais, os quais acusa de tentar minimizar, com fins políticos, o papel soviético na derrota do nazismo.
Em sua única referência ao mundo contemporâneo, Putin defendeu a unidade da comunidade internacional para enfrentar os desafios atuais.
"Compreendemos que é importante reforçar a amizade, a confiança entre os povos, assim como a abertura de um diálogo e uma cooperação sobre as questões atuais que estão na agenda internacional", disse.
O Dia da Vitória, no qual Moscou exibe tanques, mísseis, sistemas antiaéreos e aviões, é uma oportunidade para celebrar o fim da Segunda Guerra Mundial e para ressaltar o retorno da força política e militar da Rússia no cenário internacional, da anexação da Crimeia até a guerra na Síria.