A Organização Mundial da Saúde (OMS) espera que as primeiras centenas de milhões de doses de vacinas para a covid-19 estejam disponíveis, até dezembro, para serem aplicadas nas pessoas mais vulneráveis. Segundo o órgão internacional, o objetivo é desenvolver 2 bilhões de doses até o fim de 2021. “Estamos trabalhando com a perspectiva de que teremos algumas centenas de milhões de doses até o fim do ano, se formos muito otimistas”, destacou em uma entrevista, feita por vídeo, a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan.
Pesquisadores de todo o mundo trabalham em mais de 200 projetos de imunização, sendo que 10 já estão na fase de testes clínicos, em humanos. “Esperamos que, até o fim de 2021, tenhamos 2 bilhões de doses de uma a três vacinas eficazes para distribuir em todo o mundo”, afirmou Swaminathan, enfatizado que se trata de uma probabilidade, já que, até agora, as fórmulas seguem sendo usadas de forma experimental.
A OMS defende que a prioridade da imunização seja para profissionais que atuam na linha de frente, como médicos e policiais, assim para os mais vulneráveis à doença, idosos e diabéticos, por exemplo, além de pessoas expostas em áreas de alta transmissão, como as favelas. “Você precisa começar com os mais vulneráveis e, depois, vacinar progressivamente mais pessoas”, explicou Swaminathan. “Se tivermos sorte, haverá uma ou duas candidatas a uma potencial vacina até o fim do ano.”
No mês passado, líderes da indústria farmacêutica disseram acreditar na possibilidade de surgimento de uma vacina antes de 2021, mas enfatizaram que o desafio é enorme, já que disponibilizar uma fórmula de imunização globalmente exigiria duas doses de vacina por pessoa, o equivalente a cerca de 15 bilhões de vacinas.