O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, anunciou na terça-feira (16/6) o objetivo de contribuir para a inscrição de mais quatro milhões de americanos nas listas eleitorais antes da eleição presidencial de novembro.
"Anunciamos na quarta-feira a maior campanha de informação sobre eleições na história americana. Nosso objetivo é ajudar quatro milhões de pessoas a se inscrever" nos registros oficiais, afirmou ele em uma coluna publicada no jornal "USA Today".
A rede social planeja oferecer a seus usuários um "novo centro de informações eleitorais (...) acima do segmento de atualizações do Facebook e do Instagram para que todos possam vê-lo", explicou.
"Globalmente, prevemos que mais de 160 milhões de pessoas nos Estados Unidos verão no Facebook, entre julho e novembro, informações de fontes confiáveis sobre o procedimento para votar nas eleições", projeta.
A inscrição nas listas eleitorais é um assunto crucial nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, uma vez que os membros de algumas comunidades desfavorecidas têm dificuldades, ou reservas, quanto a ver seu nome nas listas.
Zuckerberg também enfatizou seu interesse em enfrentar a desinformação e, neste sentido, conformou que bloqueará qualquer publicidade de meios de comunicação estrangeiros nas redes durante o período.
A partir de 24 de junho, os usuários da rede social poderão utilizar uma nova função que oferece a possibilidade de deixar de ver anúncios políticos.
"Em 2016, demoramos a identificar interferências estrangeiras em nossa plataforma", admitiu.
"A ameaça de interferência eleitoral é real e permanece atual, mas nossos sistemas estão mais preparados do que nunca. Desmantelamos mais de 50 redes de contas falsas em 2019 e removemos 18 este ano", acrescentou.
Em um artigo publicado no jornal britânico "Daily Telegraph", o diretor de Assuntos Públicos do Facebook, Nick Clegg, também confirmou que o grupo, acusado de ignorar a interferência estrangeira na campanha presidencial de 2016 que levou Trump ao poder, tem a intenção de bloquear a publicidade "das organizações de mídia controladas por um Estado em outros países".
O Facebook já havia anunciado em 4 de junho que analisava a proibição nas redes americanas de anúncios criados por meios de comunicação controlados financeira e editorialmente por um Estado.
Clegg indicou que, entre março e maio, o Facebook impediu a transmissão de "mais de 750 mil anúncios políticos direcionados aos Estados Unidos, porque o anunciante não completou o processo de autorização".
Segundo ele, o grupo agora conta com mais de 35 mil pessoas trabalhando em questões de segurança, três vezes mais do que há quatro anos.