O prefeito de Londres, o trabalhista Sadiq Khan, anunciou nesta quarta-feira (17) um corte de 10% em seu salário para responder à crise orçamentária causada no município pela pandemia de covid-19, e que também afeta muitas outras cidades britânicas.
"É justo que me ofereça como voluntário para um corte de salário imediato nestas circunstâncias extremamente difíceis", afirmou ele em um comunicado, ressaltando o "impacto devastador" da pandemia nas finanças locais.
Até então, seu salário era de 152 mil libras anuais (191 mil dólares). Khan também anunciou que congelará os salários de 15 membros de sua equipe.
Devido à perda de receita pela crise sanitária, Londres enfrenta um déficit orçamentário de 493 milhões de libras (618 milhões de dólares) nos próximos dois anos.
Ele advertiu que, sem a ajuda do governo, poderá ter de fazer cortes em serviços, como polícia, bombeiros e transporte.
"Farei tudo que estiver ao meu alcance para convencer os ministros a não imporem outra era de austeridade ao governos locais e regional", afirmou, alertando que muitas outras prefeituras do país se encontram em situação similar.
O financiamento das prefeituras por parte do governo britânico diminuiu drasticamente na última década, em meio a políticas de austeridade de administrações conservadoras pela crise financeira global de 2008.
A economia britânica se viu duramente atingida pelo confinamento contra o coronavírus: perdeu mais de 20% de seu PIB em abril; em dois meses 600.000 postos de trabalho foram perdidos; e o país caminha para a pior recessão de sua história moderna.
Neste contexto econômico, outros dirigentes locais e regionais ecoaram o apelo de Khan por fundos complementares, de modo a enfrentar a crise gerada pela pandemia.