O Chile renovou por três meses a vigência do estado de exceção constitucional por catástrofe, que deixa nas mãos dos militares a ordem pública e estabelece um toque de recolher noturno. O país tem quase 180 mil casos e 3.362 mortos pela covid-19.
A medida foi adotada pela primeira vez em 18 de março, quando havia 238 casos, sem óbitos registrados. Agora, vai vigorar até setembro, um mês antes da realização de um plebiscito para definir se a Constituição herdada da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) deve ou não ser alterada.
“É para proteger a vida dos chilenos”, explicou o ministro da Defesa, Alberto Espina. Segundo as autoridades, o estado de emergência permite o cumprimento de quarentenas e medidas de isolamento social. Ainda assim, todas as medidas de confinamento não reduziram a mobilidade das pessoas.
A extensão da medida de emergência preocupa o mundo político sobre o impacto na campanha eleitoral do plebiscito. Inicialmente prevista para 26 de abril, a votação foi adiada para 25 de outubro por causa do avanço do novo coronavírus.
A consulta é considerada um passo fundamental para suavizar a grave crise social que o país enfrenta desde as manifestações em outubro, que sacudiram as ruas de Santiago e outras cidades do país até o início da pandemia, em março.