Mundo

...e confrontos na Europa


Centenas de manifestantes antirracistas se reuniram no centro de Londres, ontem, enquanto militantes da extrema-direita se mobilizaram perto do Parlamento em torno de estátuas que afirmam querer proteger, em uma atmosfera tensa. A ministra do Interior, Pritti Patel, retuitou um vídeo de manifestantes de extrema-direita criticando a polícia e denunciou uma “violência inaceitável”.

A ministra pediu aos manifestantes que retornassem às suas casas para impedir a propagação do coronavírus e, assim, “salvar vidas”. A covid-19 provocou mais de 41 mil mortes em todo o país. Apesar do fato de o movimento Black Lives Matter (“Vidas negras importam”, na tradução livre) ter cancelado o protesto que planejava realizar à tarde no centro da capital, uma multidão se reuniu no Hyde Park antes de se dirigir ao Parlamento, após pedidos da polícia por um percurso preciso, a fim de evitar um confronto com a extrema-direita.

No fim de semana passado, os protestos, organizados depois da morte do afro-americano George Floyd, foram “globalmente pacíficos”, afirmou o comandante da polícia em nota, embora uma “minoria” tenha atacado agentes e cometido atos de vandalismo — em particular contra a estátua do ex-primeiro-ministro Winston Churchill, perto do Parlamento.

O monumento foi pichado com a inscrição “era um racista”. Churchill é acusado de ter feito declarações racistas, especialmente contra os indianos. Depois que outras estátuas simbolizando o passado colonial do país foram atacadas, como a de um comerciante de escravos que foi arrancada em Bristol, decidiu-se proteger as de Nelson Mandela e Gandhi, perto do Parlamento, e a do próprio Winston Churchill.

França
Em Paris e em várias cidades francesas — como Marselha (sudeste), Lyon (centro-oeste), Montpellier (sul), Nantes (oeste) e Estrasburgo (leste) —, milhares protestaram contra o racismo e a violência policial, em um contexto de queixas das próprias forças de segurança que se declaram “abandonadas” pelo governo.