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Antirracistas e extrema direita protestam em Londres em clima tenso

Apesar do movimento 'Black Lives Matter' ter cancelado o protesto que planejava realizar à tarde no centro da capital, várias centenas de pessoas se reuniram no Hyde Park

Várias centenas de manifestantes antirracistas se reuniram no centro de Londres neste sábado (13), enquanto militantes da extrema direita se mobilizaram perto do Parlamento em torno de estátuas que afirmam querer proteger, em uma atmosfera tensa. 

A ministra do Interior, Pritti Patel, retuitou um vídeo de manifestantes de extrema direita criticando a polícia e denunciou uma "violência inaceitável".

A ministra pediu aos manifestantes que retornassem às suas casas para impedir a propagação do coronavírus e, assim, "salvar vidas". A COVID-19 já causou mais de 41.000 mortes em todo o país.

Apesar do fato de o movimento "Black Lives Matter" ter cancelado o protesto que planejava realizar à tarde no centro da capital, várias centenas de pessoas se reuniram no Hyde Park antes de se dirigir ao Parlamento, após pedidos da polícia por um percurso preciso, afim de evitar um confronto com a extrema direita.

No fim de semana passado, os protestos, organizados após a morte do afro-americano George Floyd, asfixiado por um policial branco em Minneapolis, foram "globalmente pacíficos", afirmou o comandante da polícia em comunicado, embora uma "minoria" tenha atacado agentes da polícia e cometido atos de vandalismo, em particular contra a estátua do ex-primeiro ministro Winston Churchill, perto do Parlamento. 

O monumento foi pichado com a inscrição "era um racista". Churchill é acusado de ter feito declarações racistas, especialmente contra os indianos.

Depois que outras estátuas simbolizando o passado colonial do país foram atacadas, como a de um comerciante de escravos que foi arrancada em Bristol, decidiu-se proteger as de Nelson Mandela e Gandhi, perto do Parlamento, e a de Winston Churchill, que foi coberta com placas de metal. 

O neto de Winston Churchill e ex-ministro conservador Nicholas Soames condenou o que ele chamou de atos "covardes".

"A ideia de que a extrema direita deve vigiar a estátua de Churchill é absolutamente nojenta", disse ele ao jornal The Telegraph neste sábado.

A ministra do Interior pediu que a estátua de Churchill voltasse a ser exposta. "Deveríamos libertar Churchill, um herói de nossa nação que lutou contra o fascismo e o racismo neste país e na Europa", disse ao Daily Mail.