O candidato democrata na corrida presidencial, Joe Biden, expressou o temor de que Donald Trump tente manipular as eleições de novembro ou se recuse a deixar o cargo caso saia derrotado das urnas. Os comentários de Biden, em um programa de televisão, arrancaram críticas da Casa Branca, que o acusou de lançar teorias da conspiração.
“Minha maior preocupação é que esse presidente tente roubar essa eleição”, afirmou Biden no The Daily Show, transmitido na quarta-feira, durante uma discussão sobre a supressão de eleitores. O tema ganhou força nos últimos dias após eleições caóticas em alguns estados, incluindo a Geórgia, onde as máquinas de votação registraram falhas, causando longas filas e frustração entre os eleitores.
“Esse é um cara que disse que todas as cédulas por correio são fraudulentas”, disse o ex-vice-presidente de Barack Obama sobre o magnata republicano.
Perguntado pelo apresentador Trevor Noah se ele considerou que Trump poderia não deixar o cargo, mesmo que não fosse reeleito, Biden disse que sim, mas afirmou que acreditava que os militares, se necessário, assegurariam uma transição pacífica de poder. A secretária de imprensa da Casa Branca, Kayleigh McEnany, classificou os comentários de Biden como “ridículos”.
Nas últimas semanas, Trump tuitou repetidamente sobre a votação, incluindo uma queixa de 24 de maio, sem provas. “Os democratas estão tentando fraudar as eleições de 2020, pura e simplesmente”, acusou o presidente dos EUA.
Dois dias depois, Trump fez uma postagem em que disse que não há maneira de que as cédulas de voto por e-mail sejam “nada menos que substancialmente fraudulentas”. Esse tuíte rendeu ao presidente dos Estados Unidos sua primeira verificação de fatos na rede social, que marcou a publicação como enganosa.
Os constantes apelos de Trump para proibir a votação pelo correio, mesmo durante uma pandemia que muitos americanos preocupam-se com a exposição desnecessária ao coronavírus, alimentaram as preocupações dos democratas.
Joe Biden disse que vários estados estão tomando medidas para dificultar o voto das pessoas e, para evitar isso, enviará monitores “a todos os distritos do país para patrulhar” privações do direito ao voto.
- Sanções a servidores da Corte de Haia
O presidente dos Estados Unidos Donald Trump autorizou sanções econômicas contra qualquer funcionário do Tribunal Penal Internacional (TPI) cuja ação — de investigação ou acusatória — tenha como alvo soldados americanos, em particular, os militares que participaram do conflito no Afeganistão. Trata-se de uma resposta direta à decisão tomada, em março, pelo Tribunal de Apelação de Haia de permitir a abertura de uma apuração sobre crimes de guerra e crimes contra a humanidade no Afeganistão, apesar da oposição manifestada pela Casa Branca. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, elogiou a decisão de Trump. “Esse tribunal é politizado”, disse.