"O presidente autorizou sanções econômicas contra funcionários do Tribunal Penal Internacional que participarem diretamente de qualquer esforço para investigar ou acusar soldados americanos sem o consentimento dos Estados Unidos", anunciou a Casa Branca nesta quinta-feira (11).
"Apesar dos repetidos apelos dos Estados Unidos e de nossos aliados por reformas, o Tribunal Penal Internacional não fez nada para se reformar e continua a conduzir investigações de motivação política contra nós ou nossos aliados, incluindo Israel", declarou a porta-voz do presidente em comunicado.
Trata-se de uma resposta direta à decisão tomada em março pelo Tribunal de Apelação de Haia de permitir a abertura de uma investigação sobre crimes de guerra e crimes contra a humanidade no Afeganistão, apesar da oposição manifestada pelo governo Trump. A investigação desejada pela procuradora do Tribunal, Fatou Bensouda, visa, entre outros, os abusos supostamente cometidos por soldados americanos no país onde os Estados Unidos travam, desde 2001, a guerra mais longa de sua história.
Também foram feitas denúncias sobre torturas cometidas pela CIA. Num primeiro momento, os juízes do TPI se recusaram a autorizar esta investigação após uma ameaça de sanções de Washington, que não é membro desta jurisdição.
Escalada sem precedentes
O presidente Trump, envolvido em uma escalada sem precedentes contra o TPI, que ele acusa de atacar a soberania nacional americana, "também autorizou a extensão das restrições de vistos" contra seus funcionários e membros de suas famílias. O visto americano da procuradora Bensouda já havia sido revogado após as primeiras ameaças de sanções dos Estados Unidos.
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"Também temos motivos para acreditar que há corrupção e conduta imprópria nos mais altos níveis do Tribunal Penal Internacional, no gabinete da procuradora, o que põe em causa a integridade de sua investigação contra os militares americanos", acrescentou. "Os Estados Unidos continuarão a usar todos os meios necessários para proteger seus cidadãos e nossos aliados de acusações injustas", alertou.