Especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) também comentaram os dados de um estudo da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, indicando que a covid-19 pode ter surgido antes do que se imaginava na China. Os autores do trabalho, divulgado nesta terça-feira, chegaram a essa conclusão ao analisar imagens de satélite coletadas para monitorar o tráfego em seis hospitais de Wuhan, coração da pandemia.
Eles detectaram um aumento significativo do tráfego nesses centros a partir de agosto, com pico em dezembro. Michael Ryan, diretor executivo da OMS, disse que a investigação mostrava um uso interessante de informações do tipo, mas pediu “cautela quando se faz essas associações”. Segundo ele, a agência não “especularia” sobre essas conclusões, rejeitadas pelo governo chinês.
O diretor executivo também falou sobre quarentena, afirmando que há “muitas outras considerações que devem ser feitas”, além da taxa de ocupação de UTIs, para se decidir sobre o relaxamento de medidas do tipo. “Se tivesse 1 milhão de leitos de UTI, está tudo bem se tiver 1 milhão de pacientes em estado grave?”, questionou. Michael Ryan admitiu que muitos países “enfrentam escolhas muito difíceis” nesse processo de reabertura e também lembrou o impacto econômico com as medidas de distanciamento social.