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Magnata descarta rebatizar bases militares


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que se opõe categoricamente à ideia de renomear bases militares que homenageiam generais que combateram o sul escravagista durante a Guerra Civil, uma hipótese tratada pelo Pentágono. “Foi sugerido que devemos renomear até dez de nossas bases militares lendárias”, escreveu Trump no Twitter, em meio a uma onda nacional de protestos antirracismo que reabriu o debate sobre a escravidão passada nos Estados Unidos.

“Essas bases monumentais e muito poderosas se tornaram parte da herança americana e de uma história de triunfo, vitória e liberdade. Os Estados Unidos da América treinaram nossos heróis nestes solos sagrados, e venceram duas guerras mundiais”, ressaltou o republicano. “Portanto, meu governo nem mesmo considerará a renomeação dessas  instalações militares magníficas e fabulosas. Nossa história, enquanto a maior nação do mundo, não será alterada. Respeitem nossos militares!”, acrescentou.

Na terça-feira, o Pentágono informou que o secretário de Defesa, Mark Esper, e o secretário do Exército, Ryan McCarthy, estavam dispostos a estudar a proposta, em um momento em que o país vive a terceira semana de protestos pela morte do afro-americano George Floyd pelas mãos de um policial branco de Minneapolis.

Dez bases militares dos Estados Unidos receberam nomes de generais do sul, o lado que perdeu a Guerra Civil (1861-1865) e que defendia a preservação da escravidão. As bases estão localizadas no sul e incluem Fort Bragg, na Carolina do Norte, a maior do país; Ford Hood, no Texas; e Fort Benning, na Geórgia, estabelecimentos onde os recrutas são treinados.

A polêmica envolvendo as bases militares é um elemento a mais na tensão entre a Casa Branca e o Pentágono. Trump ameaçou mobilizar o Exército para conter a histórica onda de protestos contra o racismo que varreu grande parte do país — os maiores desde o assassinato do líder ativista de direitos civis Martin Luther King, em 1968. Esper recusou-se a invocar a Lei da Insurreição, que permitiria o envio de tropas para conter distúrbios de rua, e convocou os soldados de volta para suas bases ao redor da capital norte-americana, Washington.